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65 milhões de pessoas no mundo possuem Covid longa

Mais de 10% dos indivíduos que tiveram Covid-19 terão problemas crônicos de saúde e sintomas persistentes por mais de 12 semanas após a infecção inicial

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 17 jan 2023, 17h13

Um estudo publicado na revista acadêmica Nature Reviews Microbiology mostra que pelo menos 65 milhões de pessoas em todo o mundo possui Covid longa, quando os sintomas persistem por mais de 12 semanas após a infecção inicial. Ou seja, mais de 10% dos indivíduos que pegaram a Covid-19 terão problemas crônicos de saúde.

Os sintomas da Covid longa variam, mas podem incluir fadiga severa, comprometimento cerebral e disfunção do sistema nervoso, bem como náuseas e falta de ar. “O relatório é de cair o queixo e deve levar a uma reavaliação da atitude relaxada da Austrália em relação à Covid-19, onde foi realizado o estudo”, diz o professor Brendan Crabb, pesquisador de doenças infecciosas e CEO do Burnet Institute. Segundo o especialista, a cada nova infecção pelo vírus, a pessoa tem a mesma probabilidade de adquirir a Covid longa. “Nossa política nacional é proteger os idosos e imunocomprometidos, mas, o resto de nós, se permite que a transmissão ocorra praticamente sem controle. Ou seja, se levar em consideração a Covid longa, todos somos vulneráveis”, completa.

Os pesquisadores do relatório australiano acreditam que existem semelhanças significativas entre a Covid longa e algumas condições crônicas de saúde, como a encefalomielite miálgica/síndrome da fadiga crônica (ME/CFS) e a disautonomia, um distúrbio do sistema nervoso autônomo. “Cerca de metade das pessoas que vivem com Covid longa se encaixam nos critérios para ME/CFS’, diz o relatório elaborado pelas cientistas Hannah Davis, Lisa McCorkell e Julia Moore Vogel, que também experimentaram a doença por muito tempo. Como co-autor, o estudo traz o cardiologista americano Eric Topol. “Precisamos de uma extensa agenda de pesquisa sobre a Covid-19 que se baseie no conhecimento existente de ME/CFS, disautonomia e outras condições de início viral. Ensaios clínicos robustos devem ser uma prioridade no futuro, pois os pacientes atualmente têm poucas opções de tratamento”, dizem os autores.

Com base na pesquisa, Crabb afirma que os médicos devem acreditar nos pacientes que apresentam Covid longa já que a precisão de detalhes dos relatos é imensa. “A Covid longa não é uma coisa vaga e misteriosa que se pode aplicar como psicossomática. É uma doença clínica muito clara com base bioquímica e celular”, pontua.

Outra descoberta importante do relatório é que as pessoas com Covid longa geralmente têm níveis “esgotados” ou reduzidos de células T, glóbulos brancos envolvidos nas respostas imunes do organismo que atacam os antígenos ou moléculas desconhecidas. “Uma das consequências mais recentes da pandemia é essa escalada dramática e crescente na incidência de condições crônicas complexas, sobre as quais realmente precisamos agir juntos”, afirmou Stephen Duckett, professor honorário da Escola de População e Saúde Global da Universidade de Melbourne. “Uma das implicações da Covid longa é que as previsões de demanda e o planejamento dos serviços de saúde do futuro possam ser bem diferentes do que pensávamos”, acrescenta, defendendo que os próximos Centros Australianos de Controle de Doenças tenham um foco principal em condições crônicas decorrentes de infecções como a Covid longa e a ME/CFS.

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