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260.000 brasileiros sabem que têm HIV, mas não se tratam

Novo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde mostrou também que a doença tem avançado principalmente entre homens jovens

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 nov 2016, 14h14

De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente 827.000 pessoas vivam com HIV/aids no país. Destas, 372.000 (45%) pessoas que ainda não estão em tratamento. O novo boletim epidemiológico da doença, divulgado nesta quarta-feira, mostrou ainda que 260.000 pessoas que não estão em tratamento já sabem que estão infectadas. Já as outras 112.000, vivem com HIV sem saber.  

“O principal objetivo do Ministério da Saúde hoje é cobrir o gap de 372.000 pessoas que ainda não estão em tratamento”, disse Adele Benzaken, diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Para o ministro da Saúde Ricardo Barros, “é importante fazer um apelo para que as pessoas façam a testagem para que não passem esse vírus para a frente”.

Aumento entre jovens

Embora afirme que a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,1 casos, a cada 100.000.  Houve um aumento de casos princialmente entre populações vulneráveis e nos mais jovens. Entre pessoas com idade de 20 a 24 anos, a taxa de detecção subiu de 16,2 casos por 100.000 habitantes, em 2005, para 33,1 casos em 2015. Segundo o ministério, dois motivos explicam a vulnerabilidade dos jovens: menor inserção nos serviços de saúde e menor adesão ao tratamento. Mas, outra razão, segundo o infectologista Artur Timerman,  é o aumento de um comportamento sexual ‘liberal’ associado à falta do uso de preservativo.

”O jovem muitas vezes nega sua condição sorológica. Para ele é mais complicado aceitar do que para uma pessoa acima de 50 anos.”, afirmou Adele.

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Ainda segundo o boletim, casos de aids em mulheres tem apresentado queda em todas as faixas etárias, mas em especial, na de 25 a 29 anos. Por outro lado, a infecção tem crescido entre homens jovens de todas as faixas etárias. Em 2006, a razão entre os sexos era um caso mulher para cada 1,2 casos homem. Em 2015, é um caso mulher para cada três casos homens.

“Os jovens de modo geral não frequentam o serviço de saúde e possuem taxa de cobertura vacinal pequena”, complementou Barros.

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Diagnóstico e tratamento

O levatamento mostrou tambpem uma queda de 42,3% na mortalidade pela doença nos últimos 20 anos. A taxa caiu de 9,7 óbitos por 100.000 habitantes, em 1995, para 5,6 óbitos por 100.000 habitantes em 2015. O incentivo ao diagnóstico e ao tratamento precoce, antes do aparecimento dos primeiros sintomas, refletiram na redução dessas mortes.

Desde a implantação do tratamento para todos, em 2013, o número de pessoas infectadas e tratadas subiu 38%. De janeiro a outubro de 2016, 34.000 novas pessoas com HIV e aids entraram em tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na meta referente à redução da carga viral, o Brasil passou de 75%, em 2012, para 90% em 2015, ou 410.000 pessoas.

Em relação ao diagnóstico da doença, o Brasil passou de 80%, em 2012, para 87%, em 2015, o que equivale a 715.000 pessoas.
Somente em 2015, foram realizados 8,5 milhões de testes de HIV no país.

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Transmissão vertical

A taxa de detecção de aids em menores de cinco anos caiu 36% nos últimos 6 anos, passando de 3,9 casos por 100.000 habitantes. O ministério anunciou ainda que instituirá, com os estados, um selo de Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de HIV no Brasil. A certificação será concedida tendo como base os critérios já estabelecidos pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), como a detecção de aids em menores de 5 anos igual ou inferior a 0,3 casos para cada mil crianças nascidas vivas.

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