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Uma vergonha brasileira

O Brasil perde o certificado internacional de erradicação do sarampo. consequência do desleixo com as práticas de controle de vacinação no pais

Por Da Redação Atualizado em 22 mar 2019, 07h00 - Publicado em 22 mar 2019, 07h00

Em 2016, a Organização Pan-Americana da Saúde, braço da Organização Mundial da Saúde, concedeu ao Brasil o certificado de erradicação do sarampo. Foi um extraordinário passo, resultado de anos de vasta cobertura vacinal. Na terça-feira 19, deu-se um vergonhoso retrocesso com o anúncio, feito pelo Ministério da Saúde, de que o país perderá o atestado. Retira-se o carimbo internacional quando se detectam casos da doença, surgidos dentro do território, durante doze meses ininterruptos. Em 19 de fevereiro de 2018, as autoridades tinham verificado a presença endêmica do vírus (contraído, portanto, dentro das fronteiras) em Roraima, importado com a leva de imigrantes vindos da Venezuela. Descobriu-se um novo caso agora, em 23 de fevereiro passado, no Pará. Em 2018, houve registro de 10 326 ocorrências de sarampo. Neste ano, foram anotados, até março, 48 registros.

O recuo é consequência do desleixo com as práticas de controle de vacinação, pelas quais o Brasil virou exemplo em todo o mundo. Em 2017, a vacina tetraviral, que previne sarampo, caxumba, rubéola e varicela, chegou ao patamar mais baixo de ­cobertura, com alcance de apenas 70,69% entre crianças menores de 1 ano de idade. Foi o pior resultado em dezesseis anos. O ideal é 95% de imunização. Há o que fazer? Sim. O Ministério da Saúde enviou ao Congresso um projeto de lei em que sugere a obrigatoriedade de vacinação para ingresso na escola e para o serviço militar. São medidas louváveis, na contramão de certa onda mundial antivacina, com argumentos cientificamente falsos. Ironicamente, Massimiliano Fedriga, um conhecido político italiano de extrema direita, líder do movimento contra a vacinação na Itália, acaba de ser internado. Está com catapora.


O pai da “Turma do Gordo”

ORIGINAL - Marinho fez literatura infantojuvenil sem maneirismos (Bel Pedrosa/Folhapress)

“Era um mês de outubro em São Paulo, tempo de flores e dias nem muito quentes nem muito frios, e a criançada só falava no concurso das figurinhas de futebol.” Começa assim O Gênio do Crime, de João Carlos Marinho, publicado pela primeira vez há cinquenta anos, em 1969. A meninada brasileira, tão logo a história chegou às prateleiras, não parou mais de falar do Gordo, o comilão; de Edmundo, o inteligentíssimo; de Pituca, o engraçado; ou de Berenice, a charmosa. O Gênio do Crime chegou a sessenta edições e catorze reim­pressões, com 1,2 milhão de exemplares vendidos, e rendeu outros doze volumes com as aventuras do grupo. Formado em direito pela Universidade de São Paulo, Marinho promoveu um salto de qualidade ao entregar uma literatura infantojuvenil menos empolada, bem-humorada, genuinamente contemporânea. A grande sacada: as crianças sempre venciam os adultos. Sabiam mais, eram mais espertas. Disse a escritora infantil Ruth Rocha, outra campeo­níssima das letras para os primeiros leitores: “O Gênio do Crime influenciou muito a literatura que veio depois”. João Carlos Marinho tinha 83 anos. Morreu no dia 17, em São Paulo, de infecção generalizada.

Publicado em VEJA de 27 de março de 2019, edição nº 2627

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