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Rastro de sangue

A cada semana aumenta o número de mortos em protestos contra o presidente Daniel Ortega — e o epicentro da violência é o berço do sandinismo

Por Thais Navarro
Atualizado em 20 jul 2018, 06h00 - Publicado em 20 jul 2018, 06h00

Há três meses a Nicarágua vive um ciclo de protestos e repressão que se retroalimenta. A morte de pelo menos trinta estudantes em manifestações contra uma reforma previdenciária, em abril, incitou novos protestos e novas reivindicações, e agora as cidades nicaraguenses estão tomadas por barricadas. Na terça-feira 17, a polícia invadiu Masaya, no sul do país, que estava sob o controle dos manifestantes, e deixou mais quatro mortos. Masaya é, por ironia da história, o berço do sandinismo, movimento que derrubou o ditador Anastásio Somoza, em 1979, e abriu caminho para a vitória da revolução liderada por Daniel Ortega — o presidente que, hoje, manda disparar chumbo.

No fim de semana anterior, dois estudantes foram mortos a tiros em uma igreja de Manágua por milícias sandinistas leais a Ortega. Após o episódio, treze países da América Latina, entre eles o Brasil, exigiram o “fim imediato dos atos de violência” na Nicarágua, que somam mais de 350 mortos.

O governo já abandonou os planos de reforma previdenciária, mas não é mais disso que a população reclama. O país passa por uma recessão econômica profunda. Em maio, a economia registrou uma retração de 4,9% em relação ao mesmo mês de 2017. Entre os setores mais afetados estão comércio, construção, transporte e hotelaria. Ortega, que foi presidente entre 1985 e 1990, depois de derrubar Somoza, voltou ao poder em 2007 com uma agenda inspirada no venezuelano Hugo Chávez: eliminou os limites para reeleição, fraudou votações, perseguiu opositores, tomou o controle do Judi­ciá­rio e lançou-se à rapinagem dos recursos de empresas estatais. Nas ruas, as pessoas bradam: “Ortega e Somoza são a mesma coisa”.

Publicado em VEJA de 25 de julho de 2018, edição nº 2592

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