Que Boas-Festas, que nada!
O presidente dos EUA, Donald Trump, e a mulher Melania atendem telefonemas de crianças que querem saber onde está o Papai Noel e seu trenó
Em seu balanço particular e peculiar, Donald Trump considerou ter atravessado o primeiro ano na Presidência dos Estados Unidos mais ou menos como imaginara. Esquivou-se das pauladas de quem não gosta dele, manteve a popularidade nos rincões que o elegeram, aprovou um tremendo corte de impostos e obteve bons resultados na economia, tudo isso sem arredar polegar do Twitter, seu canal de contato — leia-se de provocações, autoelogios e bobagens — com o mundo lá fora. Foi, pois, no espírito de Trumpinho paz e amor que, junto com a mulher, Melania, ele se enfurnou na manhã de domingo em um salão de Mar-a-Lago, seu resort na Flórida, para atender a telefonemas de crianças que queriam saber onde estava Papai Noel naquele exato momento. Explica-se: todo ano, nesta época, o Norad (sigla em inglês para Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte) abre um canal infantil exclusivo de rastreamento (operado por um batalhão de voluntários) dos pousos e voos do trenó puxado por renas. Trump atendeu a onze chamados; Melania, a dez. Encerrada a função, o presidente fez o quê? Voltou ao Twitter, dessa vez para congratular-se por ter resgatado valores natalinos solapados pelo genérico voto de Boas-Festas — que ele abomina mas foi usado por sua filha Ivanka, dias antes, num post. “As pessoas sentem orgulho em dizer ‘Feliz Natal’ de novo”, celebrou. “Eu sinto orgulho de haver liderado a virada contra os ataques à nossa querida e linda saudação.” Ele não explicou como ficou sabendo que, em 2017, “Feliz Natal” ganhou de “Boas-Festas”. Trump não perde tempo com detalhes.
Publicado em VEJA de 3 de janeiro de 2018, edição nº 2563