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Paulo Ramos: “A pipa iguala”

O deputado estadual do PDT defende a lei que transformou o brinquedo em patrimônio cultural do Rio de Janeiro

Por Eduardo F. Filho Atualizado em 30 mar 2018, 06h00 - Publicado em 30 mar 2018, 06h00

Com tantos fatos graves se desenrolando — a intervenção federal e a violência diária —, o senhor não acha que foi um momento inoportuno para o governador Pezão sancionar a sua Lei da Pipa? Apresentei o projeto antes da intervenção e tive o azar de a lei ser sancionada semanas antes da morte da vereadora Marielle Franco. Mas isso não tem nada a ver com o atual momento do Rio. A pipa está enraizada na vida das pessoas, especialmente as da classe operária e as dos subúrbios. A pipa iguala, não há preconceito nem classe social envolvidos. Num festival de pipa, sabe qual a comida servida?

Qual? Caldo de cana, pastel e churrasco. A pipa é uma espécie de resgate da cidadania. Ela confraterniza, aproxima, é presencial, além de trazer uma alegria muito grande. A pipa resiste. Ela hoje é do povão, o esporte do pobre.

Como o senhor teve a ideia da lei?  Foi ao ver, nas férias escolares, pessoas em muitos lugares, e de diversas idades, empinando pipa. É uma tradição que precisa ser mantida. Não só no Rio, mas no país, porque é um lazer do brasileiro.

Então o senhor tem planos de transformá-la em patrimônio nacional? Tenho. Fizemos um levantamento em vários estados com um número relevante de apreciadores de pipa.

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De onde vem essa obsessão pela pipa? Desde muito pequenos, eu e meu irmão éramos os maiores vendedores de pipa da comunidade em que morávamos. Complementávamos a renda familiar com o dinheiro das vendas. Confesso que nunca fui bom em empinar: era melhor na venda — e na bola de gude. Minha infância foi completamente diferente da que se vê hoje. O avanço tecnológico está desumanizando as pessoas. As crianças não têm mais bola de gude nem pião. O combate é virtual, pelo videogame.

Publicado em VEJA de 4 de abril de 2018, edição nº 2576

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