Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

O ditador bombástico

Farpas entre Kim e Trump correram em paralelo a uma intensa atividade da Coreia do Norte, que por vezes pareceu colocar o mundo à beira de uma guerra

Por Johanna Nublat Atualizado em 22 dez 2017, 06h00 - Publicado em 22 dez 2017, 06h00

Impropérios contra americanos e habitantes da Coreia do Sul não são novidade no fraseado dos tiranos da Coreia do Norte. O regime comunista, afinal, é fundado na ideia de que é preciso defender seus moradores contra os bárbaros estrangeiros, principalmente os imperialistas ianques e seus fantoches do Sul. Em 2017, o ditador Kim Jong-un e sua imprensa estatal capricharam ao chamar Donald Trump de “velho lunático” e “sujeito depravado e estúpido”. Nada fora do comum. Novo mesmo foi Kim ter encontrado um parceiro para o bate-boca cheio de ofensas. De sua parte, o presidente dos Estados Unidos chamou Kim de “homenzinho do foguete”, “tirano perturbado” e “baixo e gordo”.

Trocas de farpas correram em paralelo a uma intensa atividade militar da Coreia do Norte, que por vezes pareceu colocar o mundo à beira de uma guerra de verdade, com consequências catastróficas. Em setembro, a ditadura de Kim alardeou ter testado com sucesso uma bomba de hidrogênio. Foi o sexto teste nuclear desde 2006. Enquanto desenvolviam novas ogivas, os norte-coreanos dispararam uma sequência de mísseis, alguns dos quais cruzaram o céu japonês. Embora eles tenham caído em águas próximas sem causar danos, o objetivo da ação era convencer o mundo da capacidade de acertar qualquer ponto do território americano, missão que foi cumprida no fim de novembro.

Para alguns especialistas, Kim ainda precisa provar que detém a tecnologia necessária para que suas ogivas consigam retornar ilesas à atmosfera. Para outros cientistas, esse passo já foi dado. Ainda que nenhum país tenha confirmado isso oficialmente, o fato é que a Coreia do Norte se tornou uma potência nuclear, com capacidade para levar destruição a metade do planeta. Para Kim, esse reconhecimento é a garantia de que ele não sofrerá um ataque americano e poderá evitar ter a mesma sina do líbio Muamar Kadafi. O ditador árabe desistiu do seu programa nuclear, foi bombardeado por caças do Ocidente e morto em 2011, em um dos capítulos mais cruentos da Primavera Árabe.

Publicado em VEJA de 27 de dezembro de 2017, edição nº 2562

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.