Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

O abismo peruano

Acusado de receber quase 5 milhões de dólares da Odebrecht, o presidente do Peru, eleito em 2016, enfrenta um pedido de impeachment no Congresso

Por Duda Teixeira Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 dez 2017, 06h00 - Publicado em 22 dez 2017, 06h00

O economista Pedro Pablo Kuc­zynski, ou PPK, foi celebrado ao ser eleito presidente do Peru, em 2016, por defender a abertura econômica e evitar a volta do fujimorismo, movimento dos seguidores do ditador Alberto Fujimori, que governou o país entre 1990 e 2000 e está preso por violação dos direitos humanos e corrupção. Na quinta-feira 21, com o governo de PPK completando pouco mais de um ano, o Congresso se reuniu para votar seu impeachment. O motivo: entre 2004 e 2014, durante e depois de PPK ocupar os cargos de ministro da Economia e presidente do conselho de ministros, a Odebrecht, velha de guerra das propinas, pagou quase 5 milhões de dólares a duas consultorias vinculadas a ele. Ou seja: na esfera privada, PPK recebeu dinheiro da empreiteira e, na pública, tomou decisões que a favoreceram.

Como todo impeachment, o pano de fundo não é puramente jurídico, mas essencialmente político. PPK governou com um Congresso de maioria oposicionista. Das 130 cadeiras, 73 estão nas mãos de seus adversários. “O ocaso de Kuczynski começou a ser gestado quando ele tomou posse. Ele nunca conversou com a oposição, que só esperava um pretexto para tirá-lo de lá”, diz o constitucionalista peruano Aníbal Quiroga, em Lima. Seu impeachment — que não havia sido votado até o fechamento desta edição — requer o apoio de pelo menos 87 deputados para ser aprovado. “O que está em jogo é a democracia, que tanto custou ao Peru recuperar”, disse PPK em sua defesa no Congresso. Num sinal do abismo político no país, os fujimoristas não aceitam que o vice assuma e pedem eleições em caso de destituição de PPK. À frente do movimento está Keiko Fujimori, filha do ditador e também enrolada com a Odebrecht, de quem recebeu recursos não declarados na campanha de 2011.

Publicado em VEJA de 27 de dezembro de 2017, edição nº 2562

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.