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“Não posso me calar, né?”

A deputada Shéridan Oliveira (PSDB-RR) explica a ausência na votação da denúncia contra Temer e diz por que se irritou ao ser chamada de “gostosa” na Câmara

Por Bruno Meier Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 ago 2017, 06h00 - Publicado em 5 ago 2017, 06h00

Em abril de 2016, a senhora foi a favor do impeachment de Dilma Rousseff e disse que seu voto era “pelo resgate da esperança roubada do povo brasileiro”. Por que se ausentou da votação contra Temer? Tive um problema na conexão do meu voo. Era para eu chegar a Brasília no começo da manhã, mas cheguei na madrugada após a votação.

Na prática, sua abstenção favoreceu Temer. Sinceramente? Como parlamentar, o certo era eu estar na votação. Mas o meu voto não definiria um quadro já previsto. Os mais próximos sabem que sou a favor da continuidade de Temer. O Brasil está à beira de um colapso e sofre as consequências de treze anos de desgoverno. Acho que ele é o único nome hoje com condição de promover as reformas necessárias.

Seu partido, o PSDB, rachou na votação. Como ficará agora? Olha só, não tenho cargo no governo — nem em Brasília nem no meu estado. Sou independente. Sei que o partido ficou dividido na votação — 22 deputados votaram a favor de Temer, 21 votaram contra e quatro, incluindo eu, faltaram. Mas não defino isso como um racha. O partido tem grandes quadros e vai sobreviver.

No início da contagem de votos, a senhora foi chamada de “gostosa” por um deputado quando seu nome foi citado. O que achou disso? Foi um comportamento machista e medieval, além de constrangedor. Sou mulher e mãe de duas meninas. Foi uma delas, aliás, que me informou desse absurdo. Essa atitude resume a maior parte dos integrantes da Câmara: confundem os papéis e não estão à altura de defender o mandato. Se você desrespeita a mulher e a desqualifica, você não respeita a sociedade.

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A senhora pretende reclamar? Vou tomar as devidas providências na Comissão de Ética, baseada em um artigo sobre ofensas morais nas dependências da Casa. Combater essa situação é lutar pela defesa e integridade da mulher, não só na política mas na sociedade. Não posso me calar, né?

Publicado em VEJA de 9 de agosto de 2017, edição nº 2542

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