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Memória: Michel Piccoli, Laudo Natel e Luiz Maklouf Carvalho

As três personalidades faleceram nessa semana

Por Da Redação Atualizado em 22 Maio 2020, 12h05 - Publicado em 22 Maio 2020, 06h00

Em sua primeira grande cena no cinema, em O Desprezo (1963), de Jean-Luc Godard, Michel Piccoli conversa na cama com uma belíssima Brigitte Bardot. O francês de traços marcantes e charme rústico interpreta o marido da beldade e, em poucas mas intensas palavras, hipnotiza o público ao declarar por ela seu amor. Dali em diante, Piccoli caiu nas graças dos grandes diretores, de Alain Resnais a Alfred Hitchcock, provando sua versatilidade em dezenas de filmes de variados gêneros. Mas a melhor comunhão artística se deu com o espanhol Luis Buñuel, com quem trabalhou em seis longas, entre eles o inesquecível A Bela da Tarde (1967), como um aristocrata libertino. Ele morreu na terça-feira 12, aos 94 anos, de um acidente vascular cerebral, em Eure, na França.


Finanças, futebol e política

TORCIDA - O ex-governador: são-paulino desde sempre (acervo arquivo nacional/.)

Braço direito do fundador do Bradesco, Amador Aguiar, Laudo Natel dividia seu tempo entre as finanças e duas outras paixões: o São Paulo Futebol Clube, que presidiria de 1958 a 1970, período em que construiu o Estádio do Morumbi, e a política. Natel foi governador do Estado de São Paulo por duas vezes — de 1966 a 1967, quando substituiu Adhemar de Barros, cassado pelo regime militar, e de 1971 a 1975, nomeado por um colégio eleitoral, em um Brasil sem democracia. Morreu aos 99 anos, de causas não reveladas, em 18 de maio, em São Paulo.

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A arte da investigação jornalística

DEDICAÇÃO - O repórter puro-sangue: rigor permanente na busca de notícias (arquivo pessoal/.)

O paraense Luiz Maklouf Carvalho era sinônimo de jornalismo investigativo. Nada lhe escapava, com empenho e rigor inigualáveis. Em 1999, ele ganhou o Prêmio Jabuti de Reportagem com o livro Mulheres que Foram à Luta Armada, relato das guerrilheiras que desafiaram o regime militar de 1964 a 1984. Seu mais recente trabalho, O Cadete e o Capitão, reconstitui a trajetória de Jair Bolsonaro no Exército, com um episódio relacionado a VEJA: em 1986, Bolsonaro publicou na revista um texto em que reclamava melhores soldos para os companheiros de farda — custou-lhe quinze dias de prisão. No ano seguinte, VEJA revelaria um plano terrorista de explodir bombas em unidades militares do qual o atual presidente faria parte. Condenado em primeiro julgamento, Bolsonaro foi depois inocentado pelo STM. Deixou a farda, passou à reserva e o resto é história — história que Maklouf Carvalho nunca deixou de acompanhar. Ele tinha 67 anos e era repórter de O Estado de S. Paulo desde 2016. Morreu em São Paulo, dia 16, em decorrência de câncer no pulmão.

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A infografia a serviço da informação

Engenheiro civil de formação, o infografista Adriano Pidone era capaz de transformar informações áridas, que em palavras soariam aborrecidas, quase incompreensíveis, em ilustrações claras e objetivas. Na redação de VEJA, onde trabalhou de 1998 a 2018, era o porto seguro — um profissional calmo, racional (postura que atribuía a sua primeira carreira), afeito a sempre achar as melhores soluções visuais, seja para explicar o que é a teoria do Big Bang, seja para detalhar os atentados de 11 de setembro de 2001. Pidone morreu aos 53 anos, em 8 de maio, em São Paulo, em decorrência da Covid-19.

Publicado em VEJA de 27 de maio de 2020, edição nº 2688

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