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Memória: Alan Parker e John Hume

O diretor de cinema e o Nobel da Paz

Por Da Redação 7 ago 2020, 06h00

Na década de 60, o jovem inglês Alan Parker já tinha convicção do que desejava na vida — fazer cinema. A porta que se abriu diante dele, porém, foi a da publicidade. “Era a única maneira de alguém me dar a chance de dizer ‘ação’ e ‘corta’”, contava. Essa primeira escola trouxe traços como o pragmatismo e certa tendência à plasticidade visual, que mais tarde resultariam em um rótulo pouco abonador: cineasta comercial. Mas também veio da publicidade a característica que faria dele um diretor bem-sucedido: a versatilidade. Parker foi dos thrillers aos musicais, do drama social à pieguice, sempre com notável êxito. Logo em seu segundo filme, O Expresso da Meia-Noite (1978), sobre o pesadelo de um homem condenado à prisão por tráfico na Turquia, recebeu sua primeira indicação ao Oscar. Dez anos depois, a segunda indicação viria com Mississippi em Chamas, trama potente sobre racismo e direitos civis nos Estados Unidos. Nos musicais, ganhou notoriedade ao dirigir, em 1982, a adaptação cinematográfica do álbum The Wall, do Pink Floyd. De Madonna, extraiu performance memorável em Evita, de 1996. A estâmina com que suportou os ataques da diva ilustra outra marca no set: a paciência. Alan Parker morreu na sexta-feira 31, aos 76 anos, de uma doença não revelada pela família, em Londres.

A paz como único princípio

GIGANTE - Hume: Nobel pela atuação para o fim da guerra civil na Irlanda – (Michael Putland/Getty Images)

Para o premiê britânico Boris Johnson, “John Hume foi um gigante político” que “se orgulhava em perseguir seus objetivos por meios exclusivamente pacíficos e democráticos”. Hume, Nobel da Paz de 1998, pôs em pé os planos que deram fim à guerra civil na Irlanda do Norte. Ele costurou o diálogo entre os republicanos católicos, como ele, que lutavam pela integração do país à República da Irlanda, e os protestantes leais à Coroa britânica e ao Reino Unido, cujo desencontro produziu três décadas de conflito, entre 1968 e 1998, com mais de 3 500 mortos em atentados. As conversas, inicialmente secretas, foram engendradas com Gerry Adams, então líder do Sinn Féin, os republicanos de esquerda, caminho para o anúncio de cessar-­fogo do braço armado do partido, o Exército Republicano Irlandês, o IRA. Hume tinha 83 anos. Morreu em 3 de agosto, de causas não divulgadas, depois de longo período de demência, em um asilo de sua cidade natal, Derry, na Irlanda do Norte.

Publicado em VEJA de 12 de agosto de 2020, edição nº 2699

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