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Matemática bacana

É possível fazer da mais odiada das disciplinas algo divertido? Sim, é a certeza do especialista que trará o principal congresso da área para o Brasil

Por Maria Clara Vieira Atualizado em 8 jul 2017, 06h00 - Publicado em 8 jul 2017, 06h00

No prestigiado Congresso Mundial da Matemática de 2014, em Seul, um brasileiro conquistou a medalha Fields, o Nobel da área, e produziu um feito raríssimo no país: o jovem carioca Artur Avila virou pop star, distribuindo autógrafos a alunos que faziam fila em escolas onde a disciplina costuma ser temida e detestada. A matemática voltará ao rol dos assuntos bacanas em 2018, dessa vez com o congresso inteiro — a próxima edição da megaconferência dos maiores matemáticos do planeta, que acontece a cada quatro anos e concede as medalhas, será no Rio de Janeiro. “É uma oportunidade de chamar a atenção do país para essa ciência e torná-la objeto de admiração”, disse a VEJA o japonês Shigefumi Mori, de 66 anos, presidente do comitê organizador do congresso, em visita ao Rio.

Ele próprio dono de uma Fields, Mori, estrela da geometria algébrica, faz parte da turma dos grandes cérebros que dedicam tempo a refletir sobre os caminhos para ensinar matemática de forma mais atraente. Nas escolas em geral, diz, a matéria é repetitiva, decorada, maçante e transmitida muitas vezes por professores que não gostam do que estão fazendo, situação lastimável que ocorre, em certo grau, inclusive no Japão, um dos campeões globais no ensino da disciplina. A fórmula já testada e comprovada para mudar esse estado de coisas é mostrar que os conceitos abstratos estão aí para elucidar as grandes questões que nos cercam. “Os problemas de sala de aula devem ser interessantes, voltados para a vida real, e complexos o suficiente para que os estudantes se sintam sempre desafiados”, enfatiza.

Mori combate o mito de que a matemática é só para gênios usando o próprio exemplo: “Eu era péssimo na infância”. Deixou de sê-lo à moda asiática — treinou, treinou e treinou, guiado por professores que monitoravam seu desempenho. “Um mentor é essencial para incentivar a curiosidade e o talento para os números”, diz. O matemático ressalta que países com destaque na disciplina têm a característica de conseguir manter firmes as boas práticas não durante anos, mas durante décadas. Com isso, alcança-se algo que Mori observa no Japão — a matemática ali é passada de uma geração a outra. Já faz parte da cultura.

Publicado em VEJA de 12 de julho de 2017, edição nº 2538

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