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John Paul DeJoria: “Ir à igreja não basta”

Com patrimônio de 3,4 bilhões de dólares, o empresário americano vai doar metade de sua fortuna e critica os milionários que não fazem caridade

Por João Batista Jr.
Atualizado em 27 abr 2018, 06h00 - Publicado em 27 abr 2018, 06h00

O senhor esteve no Brasil há duas semanas para fazer uma palestra a universitários. O que veio ensinar? Que ter sucesso e não compartilhá-lo é um tremendo fracasso. Eu viajo para escutar a demanda das pessoas e saber como podemos trabalhar juntos. Quero conhecer desde a criação de uma startup em que eu possa investir até uma entidade que precise de aporte.

Por que o senhor decidiu integrar o The Giving Pledge, programa criado por Bill Gates e Warren Buffett para reunir bilionários dispostos a doar 50% de sua fortuna? Meu pai deixou minha mãe quando eu tinha 2 anos. Para que pudesse trabalhar, como designer de chapéus, ela me punha em um abrigo, com meu irmão, durante os dias da semana, no centro de Los Angeles. Eu cresci sem nada. Sei que qualquer ajuda faz diferença.

Quando a sua vida começou a melhorar? Fiquei sem teto em duas ocasiões, já na vida adulta: na primeira, morei com um amigo e, na outra, no meu carro. Eu vendi enciclopédia de porta em porta por três anos e meio. Muitas vezes, só efetuava uma venda na centésima visita. Tudo mudou em 1980, quando criei com um amigo uma linha de produtos para cabelo chamada Paul Mitchell, com investimento de apenas 700 dólares. Hoje estamos em 103 pontos de venda no mundo.

A filantropia entrou em sua vida em qual momento? Minha primeira doação foi uma moeda de 10 centavos ao Exército de Salvação, ainda criança. Hoje, doo milhões de dólares a mais de 100 entidades de áreas variadas. Por dia, ajudo a alimentar 80 000 pessoas na África. Recentemente, construí 250 casas para moradores de rua de Los Angeles. Também comprei dois navios para a respeitada ONG Sea Shepherd, que patrulha o mar para evitar que bandidos assassinem baleias em busca de pele, carne e óleo. Já salvamos milhares de animais.

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Na sua avaliação, por que poucos ricos brasileiros são engajados na filantropia? O Brasil é um país católico, mas ir à igreja não basta. Quando a pessoa tem dinheiro para alimentar seu filho, seu neto e os netos do seu neto, ela precisa retribuir e compartilhar. Não falo apenas em dinheiro. Doar tempo e influência em prol da sociedade também é fundamental. Para quem ainda não começou, posso garantir: fazer o bem para os outros dá um barato danado.

O senhor criou a tequila Patrón. Sente algum remorso por saber que o álcool pode causar problemas sociais? Não. As pessoas saboreiam a Patrón gole a gole, não viram o copo. Trata-se de uma tequila premium, com tíquete médio de 50 dólares a garrafa.

Publicado em VEJA de 2 de maio de 2018, edição nº 2580

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