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Família destruída

“A gente põe filho na escola para não ser traficante, o Estado vem e tira o meu filho”, lamentou a mãe de Marcos Vinícius, 14, vítima de bala perdida no Rio

Por Diogo Schelp Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 jun 2018, 06h00 - Publicado em 29 jun 2018, 06h00

Na manhã da quarta-feira 27, centenas de pessoas reuniram-se na frente de uma escola no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, munidas de bandeiras do Brasil e cartazes coloridos. Enquanto o resto do país se paramentava para assistir à vitória da seleção no jogo contra a Sérvia (veja a reportagem), aqueles brasileiros ansiavam por algo mais essencial: o direito à vida. Protestavam contra o abuso policial nas operações contra traficantes em favelas, uma semana depois que uma delas matou o estudante Marcos Vinícius da Silva, de 14 anos. O adolescente, morador da Maré, foi baleado pelas costas em plena luz do dia 20 quando voltava para casa, após ter desistido de ir à escola por causa, justamente, de um tiroteio entre a polícia e os bandidos. Ele morreu no hospital. À espera do socorro, o garoto contou que o tiro saiu de um blindado da polícia, segundo relato de sua mãe, a empregada doméstica Bruna (ao lado, no protesto, com o marido, José Gerson, assistente de pedreiro, e a filha mais nova, de 12 anos). O colega que o acompanhava no momento do disparo disse a mesma coisa em depoimento à polícia. “A gente põe filho na escola para não ser traficante, o Estado vem e tira o meu filho”, lamentou Bruna, que recebeu reiteradas promessas da Secretaria de Segurança Pública de que a morte de seu filho será esclarecida — exatamente o que foi dito sobre o caso da vereadora Marielle Franco (também ex-moradora da Maré) e do motorista Anderson Gomes, assassinados três meses atrás. A intervenção federal na segurança do Rio já produziu muitas promessas, mas inocentes continuam morrendo, e os bandidos, circulando à vontade.

Publicado em VEJA de 4 de julho de 2018, edição nº 2589

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