Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Escapando da cadeia

Um juiz pede a detenção preventiva da ex-presidente Cristina Kirchner por tentar proteger terroristas iranianos — mas ela não irá para a prisão tão cedo

Por Duda Teixeira Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 dez 2017, 06h00 - Publicado em 8 dez 2017, 06h00

Quarenta e cinco dias após a ex-presidente Cristina Kirchner ser eleita senadora por Buenos Aires, o juiz argentino Claudio Bonadio pediu sua prisão preventiva. Segundo o magistrado, ela cometeu o crime de traição à pátria por ter acertado um plano com iranianos para safá-los de uma condenação pelo atentado terrorista à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994, que deixou 85 mortos. Foi por pouco. Ao conquistar uma das três vagas no Senado, Cristina ganhou — na Argentina também há dessas coisas — foro privilegiado. Ela só pode ser presa se dois terços dos senadores decidirem cancelar-lhe o privilégio. Os senadores peronistas, tanto os que são a favor do governo de Mauricio Macri quanto os que são contra, avisaram que não pretendem jogá-la na cadeia, mas isso pode mudar, porque as negociações começam agora. “É difícil que eles façam isso apenas com um pedido de prisão preventiva, mas a história certamente seria diferente se houvesse uma condenação, o que pode levar um ano para acontecer”, diz o advogado Guillermo Fanego, especialista em direito penal, de Buenos Aires.

Pelo menos três funcionários e sindicalistas cristinistas foram detidos na quinta-feira 7 no mesmo processo, que teve início com a denúncia do procurador Alberto Nisman, morto misteriosamente no começo de 2015. A ex-­presidente ainda responde a outras acusações, como a de receber diá­rias-fantasma em um hotel na Patagônia. Se for condenada no fim do processo da Amia, ela poderá pegar até 25 anos de cana. “Cristina está cada vez mais isolada e debilitada. Em outro momento, milhares de argentinos iriam às ruas para protestar contra a decisão do juiz. Isso hoje é improvável”, diz o cientista político Patricio Giusto, de Buenos Aires. Entre os ex-governantes da América do Sul que se aproveitaram do boom recente das commodities e depois acabaram na prisão por atos ilícitos, a ex-­presidente argentina pode ser a segunda da fila. O primeiro foi o peruano Ollanta Humala, detido em julho após um pedido de prisão preventiva.

Publicado em VEJA de 13 de dezembro de 2017, edição nº 2560

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.