Dois beatos e dois santos do Brasil confirmados pela Igreja Católica
Canonizado pelo papa Francisco em 2014, o padre José de Anchieta chegou à condição de santo sem ter milagres comprovados
• Padre Donizetti Tavares de Lima
Na segunda-feira 8, o Vaticano reconheceu o caso de uma criança que se curou de um problema ortopédico nos pés como um milagre do padre mineiro (foto acima). Dessa forma, o padre Donizetti (1882-1961) — que já conquistara fama de santo em vida, atraindo multidões de romeiros à sua paróquia em Tambaú, São Paulo — torna-se um beato, ou seja, um abençoado que pode responder a orações que lhe são dirigidas. O passo seguinte é a canonização — a conversão em santo.
• Irmã Dulce
Conhecida como Anjo Bom da Bahia, mostrou propensão à caridade desde criança, quando recebia os doentes em sua casa e cuidava deles. Batizada como Maria Rita Pontes, irmã Dulce (1914-1992) assumiu esse nome ao se sagrar freira, em 1933. Teve seu primeiro milagre reconhecido em 2010. O processo para canonização ainda está em andamento.
• Padre José de Anchieta
Trata-se de um brasileiro adotivo: nascido nas Ilhas Canárias, Anchieta (1534-1597) veio para o Brasil aos 19 anos e passou toda a vida religiosa na então colônia portuguesa, pregando para os índios. O jesuíta tornou-se beato em 1980, no papado de João Paulo II, e foi canonizado pelo papa Francisco em 2014. Caso raro, chegou à condição de santo sem ter milagres comprovados. O processo, no entanto, foi demorado: começou no século XVII.
• Frei Galvão
O primeiro brasileiro nato a ser beatificado foi Antônio de Sant’Anna Galvão (1739-1822), em 1998. Em 2007, o papa Bento XVI tornou-o também o primeiro a ser canonizado. Nascido na freguesia paulista de Santo Antônio de Guaratinguetá, frei Galvão já tinha fama de santo ao morrer, em São Paulo, em um mosteiro que fundou — e no qual até hoje são fabricadas as “pílulas” de frei Galvão, tidas como milagrosas.
Publicado em VEJA de 17 de abril de 2019, edição nº 2630