Morreram
Dennis J. Banks, militante que atuava na luta pelos direitos dos nativos americanos, seus compatriotas. Em 1968, fundou o Movimento Indígena Americano e liderou protestos que reivindicavam a maior participação das tribos na política e na cultura. Nascido na Reserva Leech Lake, em Minnesota, não conheceu os pais e, aos 5 anos, foi tirado dos avós e enviado para uma escola destinada a indígenas. Em 2016, lançou-se como candidato à vice-Presidência dos EUA pelo Partido da Paz e da Liberdade. Sua chapa, cuja titular era a ativista Gloria La Riva, obteve 66 000 votos. Dia 29, aos 80 anos, vencido por uma pneumonia, em Rochester, nos Estados Unidos.
Didier Motchane, político francês, ex-deputado (1979-1989), conhecido por ter criado o símbolo socialista — um punho segurando uma rosa —, usado no Brasil pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). Filho do matemático Léon Motchane, Didier nasceu e cresceu em Paris. Graduou-se em administração na École Nationale, que formou célebres conterrâneos como o ex-presidente François Hollande e também o atual ocupante do cargo, Emmanuel Macron. Na vida pública, Motchane se destacou atuando ao lado de importantes nomes da esquerda, como o ex-ministro Jean-Pierre Chevènement, que foi titular das pastas da Defesa, da Educação e da Indústria. Com Chevènement, fundou, em 1965, o Centro de Estudo, de Pesquisa e de Educação Socialista. Seis anos depois, a dupla participou da organização do congresso Épinay, responsável pela reestruturação do Partido Socialista (PS) francês. Foi nessa ocasião que Motchane criou o ícone esquerdista, usando a rosa (que representa o movimento) e o punho (referência à luta do proletariado). O evento congregou as forças políticas responsáveis pela vitória, em 1981, do socialista François Mitterrand (1916-1996) na eleição para presidente, posto em que ele permaneceu por catorze anos. Dia 29, aos 86 anos, de câncer, em Paris.
Theo Bophela, jazzista sul-africano. Além de pianista, era um talentoso compositor e diretor musical. Na década de 70, formou sua primeira banda, a Jazz Resurrection. Ao longo da carreira, integrou vários conjuntos influentes, como o Swingsters, o Chromatic Jazz e o Keynotes. Referência na África, Bophela, que nasceu em Estcourt, compôs um concerto em 2013, estreado pela KZN Philharmonic, a principal orquestra de seu continente. Sua obra é tida como responsável por levar a cultura sul-africana a países europeus e à Oceania. Dia 30, aos 86 anos, de complicações decorrentes de diabetes, em Durban, na África do Sul.
Publicado em VEJA de 8 de novembro de 2017, edição nº 2555