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Dança da coalizão

Cinco meses depois das eleições, a primeira-ministra alemã Angela Merkel finalmente sela um acordo com os sociais-democratas para governar seu país

Por Duda Teixeira Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 fev 2018, 06h00 - Publicado em 9 fev 2018, 06h00

Foi com alívio que europeus sensatos receberam a notícia de que a primeira-ministra alemã Angela Merkel chegou a um acordo com os representantes do Partido Social-Democrata (SPD, na sigla em alemão). Desde as eleições de setembro, o bloco liderado por Merkel, que inclui a União Democrata Cristã (CDU) e a União Social Cristã (CSU), penava para formar um governo viável. O acerto, concluído agora, ainda precisa ser ratificado pelos integrantes do SPD, que votarão pelo correio nas próximas semanas. De qualquer forma, a divulgação afasta a perspectiva de convocação de nova eleição, que poderia fortalecer a Alternativa para a Alemanha (AfD), legenda da direita radical. “Merkel personifica a resistência ao populismo e ao nacionalismo. O futuro da União Europeia dependia dessa coalizão”, diz José Pio Borges, presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais.

O baile das negociações políticas na Alemanha, que desde a II Guerra é conhecida pela previsibilidade, é um produto do mau desempenho dos dois blocos principais nas eleições de setembro. A coalizão de Merkel teve só 33% dos votos, enquanto o SPD teve 20%. Para obter maioria, eles só poderiam dançar juntos, algo a que os sociais-democratas estavam resistindo. Quem desafinou a orquestra alemã foi a AfD, que teve quase 13% dos votos em setembro e, com isso, se tornou o primeiro partido de direita radical a entrar no Parlamento desde o nazismo. O descontentamento com as legendas tradicionais se deveu principalmente ao elevado número de imigrantes sírios, iraquianos e afegãos que entraram no país em 2015. A reação popular já havia levado Merkel a mudar sua postura inicial admiravelmente generosa e propor algumas limitações ao ingresso de imigrantes. No acordo da semana passada, estabeleceu-se uma cota de 220 000 entradas de refugiados por ano. Merkel também precisou ceder diversos cargos a seus aliados, incluindo os de ministro das Finanças, do Trabalho e de Relações Exteriores. “Esta é a base para um governo bom e estável, que é o que nosso país necessita ter e o que muitos ao redor do mundo esperavam de nós”, disse Merkel.

Publicado em VEJA de 14 de fevereiro de 2018, edição nº 2569

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