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Dá para ser otimista

A redução do desemprego e a volta do consumo tendem a melhorar o dia a dia do cidadão. Com isso, a radicalização política pode perder espaço

Por Luciano Pádua
Atualizado em 8 set 2017, 06h00 - Publicado em 8 set 2017, 06h00

Com a recuperação econômica se consolidando, restará ao Brasil reduzir, nas eleições do próximo ano, a elevada temperatura da crise política. A conclusão de analistas participantes do nono EXAME Fórum, evento anual da revista, que, como VEJA, é publicada pela Editora Abril, é que as condições para a vitória de um candidato presidencial moderado, que endosse as reformas econômicas, estão cada vez mais presentes. Neste ano, o tema do fórum, realizado em 4 de setembro, em São Paulo, foi “O final da travessia política e as perspectivas para a economia em 2018”.

Depois de três anos de crise, a intolerância da população com o sistema político é grande. O humor popular é a variável fundamental para determinar o perfil dos candidatos com mais chance no pleito do próximo ano. Apesar de toda a barulheira das delações, o reaquecimento das atividades, a redução do desemprego e a volta do consumo tendem a melhorar o dia a dia do cidadão. Com isso, a radicalização política que vinha tomando conta do país pode perder espaço. E o ambiente fica mais favorável para políticos moderados. “No ano que vem, a situação econômica estará, em algum grau, mais amena. Assim, há uma tendência de recuo da polarização política”, disse o cientista político Bolívar Lamounier. “Somente se a reação da economia desandar e a raiva popular crescer é que os extremistas ganharão força”, concordou Ricardo Sennes, sócio da consultoria Prospectiva, que debateu com Lamounier. Nesse cenário, candidatos carismáticos e com viés populista emergiriam.

Para Maia, a polarização política acabou (Germano Lüders/Exame)

Há políticos que já percebem a mudança e se orientam nessa direção. “A polarização tradicional da política brasileira acabou. Mas a sociedade está radicalizada. Em 2018, haverá espaço para alguém que dê um passo à frente e dialogue com o outro lado”, afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que fez, na condição de presidente da República em exercício, a palestra inicial do EXAME Fórum. Também participaram o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito paulistano, João Doria. No evento, juristas, economistas, empresários e consultores discutiram os desafios do país em várias frentes.

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Com a distensão dos ânimos e a diminuição da virulência na disputa política, surgirá a chance de que uma agenda de longo prazo para o país comece a ser tratada. Apesar da esperada recuperação econômica nos próximos meses, a dúvida é a capacidade de o Brasil manter o crescimento de forma sustentável por muitos anos. Como política e economia sempre andam juntas, se o aguardado alívio no bolso dos brasileiros pode ajudar a levar mais racionalidade para a disputa eleitoral, depois, caso seja eleito um presidente com uma plataforma reformista, virá pela frente a oportunidade de a política retribuir, oferecendo condições para a economia engatar uma marcha mais forte, com reformas como a da Previdência e a tributária.

“Em 2018, a economia vai crescer de verdade, mesmo com a piora da questão fiscal”, previu o economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da consultoria MB Associados. “A eleição será decisiva. Não estará dividida entre esquerda e direita, mas entre reformismo e populismo.” Ou seja, um futuro melhor ou pior. Apesar da aparência de tumulto infindo, parece ter havido um amadurecimento do debate no país — o que dá possibilidade ao Brasil de acertar o rumo.

Publicado em VEJA de 13 de setembro de 2017, edição nº 2547

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