Cinco sinais de que a economia voltou a patinar
Alta do desemprego e retração da indústria estão entre os fatores mais preocupantes
– PIB em queda
Após terminar 2017 em alta de 1%, a atividade econômica voltou a frustrar os esperançosos de uma retomada: a prévia trimestral do PIB, divulgada pelo Banco Central na quarta-feira 16, mostra retração de 0,13% — a primeira queda em mais de um ano, puxada pelo mau desempenho da indústria e do setor de serviços.
– Desemprego em alta
Depois de recuar no fim de 2017, a taxa de desocupação aumentou 1,3 ponto porcentual no primeiro trimestre, o que fez o número de desempregados chegar a 13,7 milhões, principalmente em áreas como construção civil, indústria e comércio, segundo o IBGE. Dos que perderam o emprego, 408 000 tinham carteira assinada.
– Construção civil na inércia
Apesar dos juros mais baixos e da melhora na oferta de crédito, o setor não consegue avançar. Encerrou o trimestre com retração de 0,6%, de acordo com dados do Ipea. Já uma sondagem recente da Confederação Nacional da Indústria aponta um alto nível de ociosidade no ramo: mais de 40% de sua capacidade está inativa.
– Indústria em retração
A melhora nos números de compra de maquinário nos últimos meses fez com que analistas projetassem uma leve retomada do setor. Para março, eles previam alta de, pelo menos, 0,5%. Mas houve, em vez disso, queda de 0,1%. Atualmente, o nível de produção da indústria está quase no mesmo patamar do primeiro trimestre de 2017.
– Setor de serviços em baixa
O segmento, que representa 70% do PIB, caiu 1,5% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2017, segundo o IBGE. Até o ramo de transportes, que costuma ter bom desempenho em períodos de crise, recuou 0,8% no trimestre, o pior resultado da série histórica.
Publicado em VEJA de 23 de maio de 2018, edição nº 2583