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Censura às artes? Ah, esses russos…

Estreia de filme sobre relacionamento amoroso de Nicolau Románov antes de se tornar czar gera protestos violentos em Moscou

Por Diogo Schelp Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 20h34 - Publicado em 27 out 2017, 06h00

Esses russos, quem diria. Um artista resolve criar uma obra com um leve componente sexual e o resultado é o caos: uma deputada louca para chamar atenção, meia dúzia de padres e um grupelho de fundamentalistas religiosos nacionalistas se unem para protestar, por vezes de forma violenta, e exigir censura. Não dá para imaginar outro país em que algo do tipo poderia ocorrer. Ou será que dá? Para que a ironia fique clara, aos detalhes. Na terça-feira 24, estreou em Moscou o filme Matilda, sobre o namoro de Nicolau Románov, futuro czar, e Matilda Kshesinskaya, então com 18 anos, a primeira-bailarina do Teatro Mariinski, em São Petersburgo, na última década do século XIX. A polícia prendeu sete manifestantes, um deles segurando uma imagem do czar Nicolau II, que tentaram atrapalhar a sessão. O pior ocorreu antes. Nos últimos meses, o estúdio do diretor do filme foi atacado com coquetéis molotov, o carro de seu advogado foi incendiado e uma sala de cinema na cidade de Ecaterimburgo foi invadida por uma van carregada com líquidos inflamáveis. Tanta fúria foi justificada com o argumento de que a obra distorce a história do país, atenta contra a pátria e fere os sentimentos dos fiéis da Igreja Ortodoxa Russa — que canonizou Nicolau II, no ano 2000, por considerar que o seu assassinato após a Revolução Bolchevique, há quase 100 anos, fora um martírio. Ao contrário de movimentos similares em latitudes tropicais, os protestos na Rússia estão sendo admiravelmente infrutíferos. Até agora, não encontraram respaldo nem entre políticos mais conservadores. Essa Rússia está muito prafrentex.

Publicado em VEJA de 1º de novembro de 2017, edição nº 2554


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