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Catherine Price: Contra a tirania do smartphone

Autora de livro que ensina estratégias para ser menos dependente do celular, jornalista diz que sua vida melhorou depois que reduziu o tempo em seu aparelho

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 jun 2018, 06h00 - Publicado em 8 jun 2018, 06h00

Em Celular: Como Dar um Tempo, a senhora propõe um programa para diminuir a dependência do aparelho. Isso surgiu de uma necessidade pessoal? Sim. Percebi que minha rotina estava sendo prejudicada, pois muitas vezes minha filha recém-nascida olhava para mim, pedindo atenção, e eu não a via por não tirar os olhos do celular. Pesquisei sobre o assunto e notei como a dependência de smartphones é um problema global. Li artigos científicos e me apoiei no meu conhecimento em mindfulness, a técnica com a qual se treina a atenção plena (Catherine Price também é autora de Mindfulness: um Diário), para bolar um plano de distanciamento. O abuso do dispositivo estava afetando não só minha vida pessoal mas também minha capacidade de concentração e a memória.

Como é sua estratégia de “desintoxicação”? Começa pelo desencantamento. Preste atenção nas razões que o levam a abrir tão frequentemente o aplicativo do Facebook: elas não se diferenciam das que nos levam a acender um cigarro. São ações que nos dominam pelo poder de sedução. A partir do momento em que se percebe que ficar colado no celular não saciará nossos anseios, acaba-se por mudar a forma de encarar o dispositivo. No mundo de hoje, controlar esse hábito equivale a assumir o controle da vida.

Mas como é, na prática, o plano de trinta dias? São quatro semanas divididas em “triagem”, “mudança de hábitos”, “recuperação do cérebro” e o estabelecimento de uma “nova relação”. No primeiro dia, proponho que se baixe um software de monitoramento do tempo gasto em atividades no celular. A partir daí, a recomendação é deletar apps usados em excesso ou dificultar o acesso a eles. Na última semana, há até um jejum de 24 horas completamente sem celular.

No livro, a senhora diz que, “se todos estivessem injetando heroína em um parque, seria abominável, mas o mesmo não acontece quando todos estão olhando para uma tela”. Não há exagero na comparação? Cada tipo de vício tem diferentes efeitos físicos. O que os iguala é a forma como liberam dopamina em excesso, alterando a química do cérebro. Notificações que aparecem no celular são gatilhos para o aumento de dopamina. Não digo para eliminar de vez esses dispositivos, mas é preciso controlá-los para definir melhor nossas prioridades.

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Como isso mudou sua vida? Meu marido me acompanhou nessa iniciativa. Nossa relação melhorou visivelmente, e também a relação com minha filha.

Publicado em VEJA de 13 de junho de 2018, edição nº 2586

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