Carta ao Leitor: Um olhar profundo
VEJA chega às mãos dos leitores com três reportagens de fôlego que compõem um cardápio a um só tempo variado e consistente
Com as notícias voando em alta velocidade no mundo fugaz das plataformas digitais, VEJA impôs-se a missão de ser um veículo cada vez mais denso, profundo. Nas páginas da revista, os temas recebem um tratamento capaz de dar aos leitores mais exigentes uma perspectiva mais elaborada, mais alentada. Nesta edição, esse compromisso está demonstrado em três reportagens de fôlego.
• Na página 64, começa a matéria sobre a explosão de protestos políticos e sociais no sambódromo do Rio de Janeiro, um acontecimento que não se verificava desde que o carnavalesco Joãosinho Trinta, à frente da Beija-Flor, mesmerizou a Sapucaí com seus mendigos, em 1989. As repórteres Luisa Bustamante e Maria Clara Vieira acompanharam todos os desfiles e logo alertaram a redação de que a crítica ácida estava ganhando a avenida. Diz Luisa Bustamante: “As alas de protesto empolgavam muito mais o público do que as rainhas de bateria. As pessoas tiravam selfies com os carros ao fundo”. Coincidentemente, a escola campeã do Carnaval do protesto é a Beija-Flor.
• No momento em que o presidente Michel Temer pisou em Roraima, na segunda-feira 12, para acompanhar a crise dos imigrantes venezuelanos, o editor da seção de assuntos internacionais, Duda Teixeira, percebeu que estava ali a oportunidade ideal para discutir a ambiguidade brasileira quanto à vinda de estrangeiros para o país. O assunto capturou o interesse do jornalista ainda em meados de 2017, quando ele identificou, espantado, a profusão de comentários xenófobos em perfis brasileiros nas redes sociais. De lá para cá, pautou repórteres para aprofundar o assunto, encomendou uma pesquisa ao instituto Ideia Big Data e escalou o premiado fotógrafo J.R. Duran para visitar Roraima, o epicentro da imigração venezuelana no Brasil de hoje. A reportagem sobre o assunto se desenrola ao longo de dez páginas.
• Durante quatro dias, o editor Filipe Vilicic, o fotógrafo Jefferson Coppola e a cinegrafista Thaís Zimmer acompanharam a rotina do youtuber Felipe Neto. O jovem, de 30 anos, é uma das figuras mais influentes entre as celebridades nascidas na internet. Sob os holofotes do YouTube desde 2010, Felipe Neto tem hoje nada menos que 19 milhões de fãs, na maioria crianças e adolescentes. VEJA visitou sua mansão na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e o acompanhou por shows em Brasília e Vila Velha, no Espírito Santo. A reportagem revela a intimidade do ídolo e suas ideias.
É com satisfação que VEJA chega às mãos dos leitores com as três reportagens, que compõem um cardápio a um só tempo variado e consistente. Boa leitura.
Publicado em VEJA de 21 de fevereiro de 2018, edição nº 2570