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Carta ao Leitor: O passado condena

Ao virar as costas para a opinião pública, Temer aprofunda sua impopularidade até com medidas que nem mereceriam tamanha rejeição

Por Da Redação Atualizado em 1 set 2017, 06h00 - Publicado em 1 set 2017, 06h00

A barulhenta onda de protestos contra o decreto do presidente Michel Temer que extingue uma reserva no coração da Amazônia só se explica pela confluência de dois sintomas malignos: a notável incompetência do governo para comunicar-se com os cidadãos brasileiros e o seu histórico temerário de decisões na área ambiental. Com sua penúria comunicativa, o Palácio do Planalto deixou prosperar a versão — falsa — de que antecipara a extinção da reserva a mineradores em evento no Canadá. Era simples desmentir a invencionice, mas o governo não soube como fazê-lo. Nem mesmo esclareceu que o decreto abre apenas 21% do território da reserva à exploração de riquezas minerais e estabelece regras capazes de limitar o impacto na floresta.

Com sua relação tumultuada com temas ambientais, o governo amarga um passivo pesado. Tão pesado que ambientalistas e simpatizantes protestam contra qualquer medida que o Palácio do Planalto resolva adotar em questões nessa área, mesmo sem conhecer a fundo suas implicações. É um reflexo condicionado: se vem do governo Temer, só pode ser ruim. O passivo inclui a redução da floresta de Jamanxim, decisão da qual o governo recuou e depois recuou do recuo, e as concessões à bancada ruralista, calibradas para evitar que o presidente Temer seja mandado embora do palácio. Em outras palavras, o passado ambiental do governo o condena.

O Palácio do Planalto não tem do que reclamar. Mais de uma vez, o presidente Temer disse que, na falta de apoio popular ao seu governo, preferia dedicar toda sua atenção e energia aos deputados e senadores, que, em última instância, são quem segura a cabeça presidencial sobre o pescoço. Ao virar as costas para a opinião pública, Temer não apenas amarga níveis pedestres de apoio, mas aprofunda sua impopularidade até com medidas que, analisadas com mais vagar, nem mereceriam tamanha rejeição.


Nas páginas 54 a 56, VEJA publica artigo do presidente Vladimir Putin, escrito com exclusividade para a revista, acerca das expectativas da Rússia sobre a Cúpula do Brics que acontece nesta semana em Xiamen, no sudeste da China.

Publicado em VEJA de 6 de setembro de 2017, edição nº 2546

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