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Carta ao Leitor: Do inferno aos céus

Nos últimos anos, diversos casos de pedofilia que envolvem padres vêm manchando a reputação da Igreja Católica

Por Da Redação Atualizado em 12 jul 2019, 10h30 - Publicado em 12 jul 2019, 06h30

“Todos os que pela lei pecaram, pela lei serão julgados”, Romanos 2:12. Embora esse seja um versículo da Bíblia, não tem sido fácil para a Igreja Católica seguir tal ensinamento. Nos últimos anos, diversos casos de pedofilia que envolvem padres vêm manchando a reputação da instituição. O tema estourou primeiro nos Estados Unidos, na Arquidiocese de Boston, com a descoberta de que havia dezenas de sacerdotes implicados na prática e todo um sistema de acobertamento dos episódios que ocorriam, liderado na ocasião pelo cardeal Bernard Law. Tal situação foi brilhantemente exposta pelo jornal The Boston Globe e retratada no filme Spotlight — Segre­dos Revelados. De Boston, verificou-se que as atrocidades não estavam restritas à cidade americana, mas aconteciam em diversas paróquias ao redor do planeta, o que deixou o Vaticano numa situação vexaminosa a ponto de o papa Francisco declarar “vergonha e arrependimento”, publicando encíclicas para “desenraizar esta cultura de morte”.

No Brasil, onde a religião católica tem cerca de 123 milhões de adeptos, pouco se fala sobre o assunto. Em 2016, VEJA publicou uma capa referente ao abuso de um menor em Goiás. Nesta edição, trazemos uma reportagem mais robusta sobre o tema, com relatos e provas de abusos cometidos por figuras que deveriam zelar pela fé do seu rebanho — e não aproveitar-se da ingenuidade de garotos inocentes para saciar seus desejos mais lascivos.

A decisão de divulgar tais atrocidades não nos traz nenhuma satisfação nem serve a algum objetivo obscuro que só as mais criativas teorias da conspiração conseguem construir. Ao fazê-lo, estamos somente cumprindo o papel da imprensa séria — acompanhar, elogiar, criticar e, even­tual­mente, denunciar práticas e comportamentos criminosos. Não há uma agenda escondida, uma intenção, por exemplo, de ajudar a disseminação da fé evangélica no Brasil. Esse tipo de raciocínio, sem nenhum comprometimento com os fatos, pode até repercutir de forma prolífica nas redes sociais, mas, por ser binário e mentiroso, prejudica o debate qualificado de que o país tanto necessita.

Aliás, é importante ressaltar que não é somente na Igreja Católica que líderes espirituais, investidos de sua autoridade moral, cometem abusos contra seus fiéis. Recen­temente, o guru João de Deus, incensado por artistas e políticos, foi preso após surgirem mais de 300 relatos de assédio sexual. Há diversos exemplos em outras religiões. A questão que se coloca é que, no caso da Igreja, setores da instituição — contrários à orientação do próprio Sumo Pontífice — têm se mostrado resistentes, lá fora e aqui, em tomar as providências necessárias para que os culpados sejam devidamente punidos. Esqueceram o versículo Romanos 2:12. Confira todos os detalhes na reportagem, mais um fruto do jornalismo investigativo de VEJA.

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A Conquista da Lua

No dia 20 de julho, o histórico pouso do homem em solo lunar completará 50 anos. Para celebrar tal façanha, VEJA preparou o livro A Conquista da Lua, com reportagens publicadas pela revista ao longo deste meio século, começando com o nascedouro do Projeto Apollo e chegando até o momento atual, quando empresas privadas, e não mais nações, passam a disputar a corrida espacial. A obra, que ajuda a entender toda a saga da humanidade na exploração do cosmo, pode ser adquirida em formato digital, na Amazon, por 9,99 reais.

Publicado em VEJA de 17 de julho de 2019, edição nº 2643

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