Setembro mal começou e muitas famílias já estão às voltas com o ano escolar de 2019. Não é pequeno o número de pais que estão naquela maratona de visitas, de dúvidas e de angústias a respeito de qual escola escolher para seus filhos frequentarem. Confirmar ou não a matrícula na escola atual? Qual será a melhor metodologia utilizada pelas instituições para desenvolver o interesse e o gosto dos filhos pelos estudos? O ranking do Enem deve servir como norteador ou não? Quanto devo espremer o orçamento familiar para nele caber a alta mensalidade de uma escola muito conceituada? A arquitetura escolar é decisiva para o aprendizado dos alunos ou o equipamento escolar não tem tanta importância assim no estímulo aos estudos? Trocar de escola pode atrapalhar a vida de meu filho?
Perguntas como essas — e outras bem diferentes — surgem para os pais, que logo partem em busca de auxílio para definir que aspectos priorizar nessa decisão. Na internet, por exemplo, ao colocar o tema para busca, de imediato surgem centenas de resultados — alguns recentes e outros nem tanto —, com títulos muito sedutores. Por exemplo: “Como escolher a melhor escola para seu filho em oito passos” ou “As dez dicas que você precisa para escolher a escola para seu filho”. Após lerem três ou quatro desses textos — poupe seu precioso tempo, leitor! —, alguns pais saem à procura de ajuda mais sofisticada, como bibliografia. Afinal, como escolher entre métodos tradicionais, construtivistas, montessorianos etc., se não os conhecem? Outros pais, depois de cuidadosa leitura, se veem no mesmo lugar onde já estavam antes.
Mas e aí? O que os pais devem levar em conta na hora de escolher a escola para os filhos já que, segundo dizem, disso dependerá o futuro deles? Para começar, é bom saber que todas as perguntas aqui exemplificadas — e as que não foram citadas também — não têm resposta certa, embora as escolas insistam em querer uma resposta correta para cada pergunta, não é mesmo?
Vale também saber que, entre escolher a melhor escola para seu filho e fazer a melhor escolha possível neste momento, a segunda alternativa é a realista. E a melhor escolha possível precisa ser banhada de realidade. Nenhuma criança ou adolescente merece ficar mais de uma hora no trânsito para ir para a escola porque a família acha que a escola mais distante é a melhor. E nenhuma família deve se endividar por causa da mensalidade escolar, se há possibilidades mais condizentes com a disponibilidade financeira do momento.
É fundamental saber que, em toda escolha, podemos cometer equívocos que só vão emergir depois de iniciada a jornada. Faz parte da vida errar e revisar as escolhas feitas. Sem arrependimentos. O futuro dos filhos não depende tanto assim das escolas que frequentam, pois eles irão — deverão, até! — superar esse período, por melhor ou pior que ele tenha sido.
Por isso, opte pela escola que mais lhe agradou e inspirou confiança, que é acessível à família pelo orçamento disponível, mais próxima do que distante da casa onde moram ou por outros motivos que considerar importantes. Você poderá errar nessa escolha? Certamente.
Mas, em matéria de filhos, é fundamental saber previamente que erraremos de qualquer maneira, sempre.
Publicado em VEJA de 12 de setembro de 2018, edição nº 2599