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A era da pílula inteligente

Primeiro remédio inteligente transmite dados sobre a dose e a hora de ingestão

Por Thaís Botelho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 dez 2017, 06h00 - Publicado em 22 dez 2017, 06h00

As portas do futuro da medicina foram abertas em 2017 com um anúncio: o da pílula que leva embutido um sensor capaz de fornecer informações detalhadas quando o medicamento é ingerido. O primeiro remédio inteligente, aprovado pela agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, a FDA, transmite dados sobre a dose e a hora de ingestão. Indicada para o tratamento da esquizofrenia, mas também usada nos casos de depressão severa e transtorno bipolar, a medicação anunciada em tom de celebração é a versão moderna de um dos antipsicóticos mais consumidos do mundo, o aripiprazol. Com o nome comercial de Abilify MyCite, foi desenvolvida pela Proteus Digital Health, empresa americana especializada em produtos tecnológicos para a área de saúde, em parceria com o laboratório japonês Otsuka. A nova droga tem um mecanismo extraordinariamente simples e, ao mesmo tempo, espetacularmente engenhoso.

O chip da pílula é ativado no momento em que entra em contato com o suco gástrico, logo após a ingestão. Com isso, a pílula emite impulsos elétricos, captados por um adesivo colado no lado esquerdo do tórax do paciente. Esses sinais são, então, lidos por um aplicativo instalado em um smartphone — que pode ser acessado pelo médico. O chip é feito de cobre, magnésio e silício, elementos encontrados nos alimentos e, portanto, totalmente absorvíveis pelo organismo.

O portador de esquizofrenia é refratário a tratamentos e tem dificuldade extrema para manter a terapia durante longo tempo. Dos 21 milhões que sofrem da doença no mundo (no Brasil, são 2 milhões), apenas três em cada dez aderem ao tratamento. Isso ocorre devido a um conjunto de sintomas característicos da condição — alucinações, surtos de desconfiança ou ideia fixa de não apresentar a patologia. O chip, ao revelar se e quando o remédio foi ingerido, serve para controlar doentes que resistem ao tratamento.

Sistemas de rastreamento semelhantes estão sendo testados por laboratórios na Europa e nos EUA em remédios para hipertensão, hepatite C, tuberculose e aids. É a antessala de outros produtos fascinantes, já no prelo, como os adesivos sensores subcutâneos que medem o nível de glicose no sangue e liberam automaticamente a dosagem de insulina. E por que não imaginar nanorrobôs capazes de limpar artérias e depois se dissolverem no corpo? É um futuro que não está tão distante assim. Diz Acioly Lacerda, professor do departamento de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo: “Os próximos remédios, além de curar, serão capazes de fazer diagnóstico”.

Publicado em VEJA de 27 de dezembro de 2017, edição nº 2562

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