Pais de João Paulo II podem se tornar santos; o processo vai começar
A Conferência Episcopal Polonesa anunciou que iniciará os processos de canonização de Karol e Emília
A Conferência Episcopal Polonesa anunciou que o processo de beatificação de Karol Wojtyla e Emilia de Kaczorowski, pais de São João Paulo II, começará. Seguindo as normas do rito, a vida dos dois já foi investigada, e a conclusão da igreja polonesa é que “não há circunstâncias que impeçam sua realização e que há os requisitos necessários”.
Os trabalhos começaram em 2018, liderados pelo então arcebispo de Cracóvia e ex-secretário pessoal de São João Paulo II, o cardeal Stanislaw Dziwisz. “Eles poderiam se tornar um exemplo para as famílias modernas e os padroeiros das nossas famílias”, disse recentemente em homilia.
O casal Wojtyla
Filho de alfaiate, Karol Joséf Wojtyla nasceu em 1879. Casou com Emilia Kaczorowska em 1905. Tinha a fama de homem justo, sério e gentil. O primeiro filho do casal, Edmund, nasceu em 1906. Olga veio logo depois, mas morreu 16 horas após o parto. Emília, três anos depois, engravidou, já com mais de 35 anos. Escutou, então, dos médicos, que seria uma gravidez de risco e sugeriu um aborto. Ambos recusaram.
Em 18 de maio de 1920, nasceu o bebê, Karol Józef Wojtyla, que se tornaria João Paulo II.
Por definição, um milagre ocorre com a suspensão das leis da natureza. Para o católico, só Deus pode realizá-lo. Os santos são intercessores. Na Bíblia, Jesus Cristo cura leprosos e multiplica os pães. O maior de todos é ressurreição de Jesus, o pilar da fé cristã. Não é fácil ter um milagre reconhecido. O Vaticano faz quatro exigências: ele tem que ser preternatural (quando a ciência não é capaz de explicar), instantâneo (acontecer imediatamente após a oração), duradouro e perfeito. Em 2.000 anos de existência, há um total de 27.000 nomes elevados a santos. O caminho para chegar à condição dificilmente leva menos de três décadas. Há casos, como o do Padre Anchieta e Joana D´Arc, que demoraram quatro séculos.