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Imagem da semana: quando a igreja vira estado

A transformação da Hagia Sophia, na Turquia, em mesquita

Por Ernesto Neves 31 jul 2020, 06h00

A oração da sexta-feira, a mais sagrada da religião muçulmana, reverberou com força especial no dia 24 de julho entre os arcos imponentes, o domo monumental e os vitrais espetaculares de Hagia Sophia, a catedral cristã erguida pelo imperador Justiniano em 537, tornada mesquita um milênio depois pelos conquistadores turcos, metamorfoseada em museu na virada para a Turquia moderna, no início do século XX, e agora, por decreto presidencial, de novo mesquita. Na cerimônia inaugural, com as cortinas escondendo os mosaicos que representam Jesus e a Virgem Maria, as primeiras palavras foram do presidente Recep Tayyip Erdogan, ajoelhado na primeira fila, cercado de ministros (só homens assistem à reza). Na praça em frente, 350 000 pessoas, vindas de todo o país, acompanharam o serviço religioso na mesquita restaurada. “Quebram-se as correntes do cativeiro”, proclamou o presidente populista — que, enredado em profunda crise econômica, tratou de espremer do acontecimento todas as gotas possíveis de aprovação popular. No resto do mundo, a mudança foi amplamente criticada. O papa Francisco se declarou “entristecido”. A Igreja Ortodoxa Grega, que já teve o templo como sede, condenou a “violação inaceitável da liberdade religiosa”. E a Unesco, que a incluiu na lista de Patrimônios da Humanidade, manifestou preocupação com a preservação das imagens cristãs. Fora do horário dos serviços religiosos, Hagia Sophia, ao menos, permanecerá aberta para a visitação de todos, muçulmanos e turistas.

Publicado em VEJA de 5 de agosto de 2020, edição nº 2698

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