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Zucolotto: Moro me disse para ficar tranquilo sobre delação de Tacla Duran

Padrinho de casamento do ex-ministro afirma que advogado mente ao dizer que ele prometeu influenciar Lava-Jato; Augusto Aras pediu para PGR reavaliar o caso

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2020, 14h30 - Publicado em 4 jun 2020, 13h59

Depois de a Procuradoria-Geral da República determinar que se avalie a retomada da delação premiada do advogado Rodrigo Tacla Durán, apontado na Operação Lava Jato como operador de propinas da Odebrecht, o advogado paranaense Carlos Zucolotto Júnior, amigo do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, comentou o assunto com o ex-juiz e ouviu dele que fique “tranquilo” porque ele acha que a (PGR) não “tocaria adiante” o caso. O próprio Zucolotto relatou a VEJA a conversa.

“Falei muito pouco [com Moro]. Comentei com ele sobre [a PGR] reabrir, ele falou ‘cara, fica tranquilo, não tem nada de problema nisso, acho que a PGR não vai tocar adiante isso, não tem base nenhuma’”, diz ele, que é ex-sócio da mulher de Moro, a advogada Rosângela Wolff Moro, e padrinho de casamento deles.

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Rodrigo Tacla Durán, que está foragido na Espanha, onde tem cidadania, afirma que Zucolotto lhe disse que poderia influenciar e intermediar acordos de delação premiada junto à força-tarefa da Lava-Jato no Paraná à época em que Moro era juiz federal. Em troca, segundo Tacla Durán, o compadre do ex-ministro teria pedido 5 milhões de dólares. Zucolotto afirma que o advogado mente, que não o conhece e nunca falou com ele.

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A PGR já havia investigado as declarações de Tacla Durán e arquivado o caso em 2018, na gestão da então procuradora-geral Raquel Dodge, alegando que não havia provas dos crimes. Nesta quarta-feira, 3, o jornal O Globo publicou que o atual chefe da PGR, Augusto Aras, reabriu negociações com o delator.

“Não sei se a PGR vai reabrir o caso, não existem novas provas, não existe nada. O Tacla Duran é um foragido da Justiça, operador da Odebrecht, ele inventar algo pra reabrir o caso e procurar a PGR, eu não duvido, mas acho difícil isso ir adiante. Não tem um fundamento, não tem um documento, uma prova, nada, as argumentações são muito frágeis. Acho que a PGR não vai cair nessa”, afirma Zucolotto.

“O Tacla Duran é um foragido da Justiça, operador da Odebrecht, ele inventar algo pra reabrir o caso e procurar a PGR, eu não duvido, mas acho difícil isso ir adiante”

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Para o advogado, Tacla Durán viu na saída de Sergio Moro do ministério e no rompimento dele com o presidente Jair Bolsonaro uma “oportunidade” para a reabertura de seu caso junto à PGR. Zucolotto avalia pedir à Procuradoria informações sobre o assunto. “Isso pode gerar dano à minha imagem, quero ter isso esclarecido, saber o que está acontecendo”, afirma.

Moro, por sua vez, declarou na quarta-feira 3 estar “perplexo” e “indignado” com a retomada das investigações e atribuiu o fato à sua saída do governo. “Causa-me perplexidade e indignação que tal investigação, baseada em relato inverídico de suposto lavador profissional de dinheiro tenha sido retomada e a ela dado seguimento pela atual gestão da Procuradoria-Geral da República logo após a minha saída, em 22/04/2020, do governo do presidente Jair Bolsonaro“, escreveu o ex-ministro em nota.

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Os procuradores da Lava-Jato paranaense também se posicionaram contra a reabertura do caso. Por meio de nota, afirmaram que Tacla Duran “tentou, reiteradamente, ludibriar o sistema de Justiça de diferentes formas” e, por isso, a PGR arquivou as falsas acusações feitas por ele. O doleiro, segundo os procuradores, mentiu para a Interpol (polícia internacional) e apresentou documentos falsos para autoridades de outros países, sempre tentando induzir agentes públicos a erro para conseguir se manter impune.

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