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Zeca Dirceu é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro

Doação recebida pelo jovem parlamentar, filho de José Dirceu, foi "um meio de branquear a propina" do petrolão, segundo inquérito da Operação Lava-Jato

Por Thiago Bronzatto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 nov 2016, 17h33 - Publicado em 1 nov 2016, 13h38

Tal qual o seu pai, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro-todo-poderoso José Dirceu, foi fisgado pela Operação Lava Jato. O parlamentar é investigado pela suposta prática dos crimes de corrupção passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro, segundo documentos obtidos por VEJA. O inquérito, que está em segredo de Justiça e será conduzido pela Polícia Federal em Brasília, foi instaurado no último dia 18 de outubro a partir de uma decisão proferida pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos do petrolão no Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com os investigadores da Lava Jato, a Hope Recursos Humanos pagou para José Dirceu e seus aliados propinas de 1,5% dos contratos assinados com a Petrobras. A empresa faturou 3,5 bilhões de reais com a diretoria de serviços da estatal — que era comandada por Renato Duque, preso em Curitiba e apaniguado do ex-ministro da Casa Civil. Parte do dinheiro desviado, segundo procuradores, foi direcionado à campanha de Zeca Dirceu à Câmara dos deputados em 2010. Naquele ano, o parlamentar recebeu uma doação de 10 000 reais de Raul Andres Ortuzar Ramirez, diretor da Hope Recursos Humanos. A PGR suspeita que esses recursos foram descontados da conta dos pixulecos da Hope destinados a José Dirceu.

Durante as buscas e apreensões realizadas nos escritórios da empresa Hope Recursos Humanos, no Rio de Janeiro e em São Paulo, foram encontrados documentos que indicam que “doações eleitorais para a campanha de José Carlos Becker de Oliveira e Silva [conhecido como Zeca Dirceu] à Câmara dos Deputados foram originárias dos ajustes espúrios envolvendo as contratações direcionadas da empresa Hope Recursos Humanos com a Petrobras (através da atuação do então Diretor de Serviços Renato Duque) e que se revelaram como um meio de branquear a propina decorrente desse esquema”.

Para esclarecer os fatos, a Polícia Federal deverá ouvir até o fim deste ano o deputado federal Zeca Dirceu e representantes da Hope Recursos Humanos, além do lobista Milton Pascowitch, que delatou o esquema de pagamentos de propinas que encheu os bolsos do ex-ministro petista. A assessoria de imprensa do deputado Zeca Dirceu disse, por meio de nota, que “não há e nunca houve qualquer tipo de tratativa do parlamentar junto às diretorias da Petrobras e as empresas investigadas na Lava Jato. Não existe sequer uma única ligação, e-mail, contato, agenda de reunião, testemunho, delação ou coisa parecida em relação a qualquer atitude do parlamentar”. “Todas as doações recebidas na campanha de 2010 foram legais, declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral sem ressalvas”, afirmou.

Se for denunciado e considerado culpado, Zeca Dirceu poderá pegar até 27 anos de prisão. José Dirceu foi condenado em maio pelo juiz Sergio Moro a 23 anos de reclusão. Pai e filho, que hoje estão separados, poderão voltar a dividir o mesmo espaço.

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