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Witzel e Doria: em menos de 6 meses, de aliados a adversários de Bolsonaro

Virar a casaca é comum no mundo da política, mas uma ruptura dessa monta — tão rápida e definitiva — é fato raro

Por Edoardo Ghirotto Atualizado em 27 dez 2019, 10h20 - Publicado em 27 dez 2019, 06h00

Em outubro de 2018, Wilson Witzel (PSC) e João Doria (PSDB) se apresentavam como os candidatos de Bolsonaro. O primeiro andava pelo Rio de mãos dadas com Flávio Bolsonaro (“o alinhamento é quase total”, dizia) e o tucano vestia camiseta verde-amarela com o slogan “Bolsodoria” e recebia o apoio do vice Hamilton Mourão. Eleitos com a ajuda da onda bolsonarista, Doria e Witzel passaram de aliados a adversários do presidente em menos de seis meses, e foram mais alvejados pela trupe fiel ao capitão nas redes sociais do que os governadores nordestinos do PT, PCdoB e PSB, que fazem oposição. Virar a casaca é comum no mundo da política, mas uma ruptura dessa monta — tão rápida e definitiva — é fato raro. E o motivo não é segredo para ninguém: Doria e Witzel planejam disputar a Presidência da República contra Bolsonaro, que saiu em campanha para a reeleição logo após ter chegado ao Palácio do Planalto, contrariando o que dizia na campanha. Com 2022 em mente, os governadores dos dois principais estados do país tentam transformar sua gestão em vitrines. Doria, que ainda nega em público a pretensão presidencial, viajou sete vezes ao exterior para captar investimentos e tenta se aproximar das lideranças evangélicas. Postulante assumido para a sucessão, Witzel apostou no combate à criminalidade ao defender a política do “tiro na cabecinha” de bandidos armados — em agosto, comemorou a morte de um sequestrador por um sniper como se fosse um gol. Os movimentos geraram reações fortes do capitão. Em outubro, Witzel, que já havia sido chamado de “traíra e ingrato”, foi acusado por Bolsonaro de vazar informações sigilosas de que seu nome fora envolvido na investigação da morte da vereadora Marielle Franco pelo depoimento de um porteiro do condomínio onde mora, no Rio. “Quer destruir a minha família”, afirmou. O presidente e seus aliados contabilizam o episódio na lista de atitudes que combinam com as pretensões políticas do governador carioca. Enquanto isso, “ejaculação precoce” e “amigão do Lula e da Dilma” estiveram entre os “elogios” feitos por Bolsonaro a Doria em entrevistas e lives no Facebook. Como ocorre com uma parte considerável dos divórcios, o fim da relação dos governadores com o presidente aconteceu de forma barulhenta e litigiosa.

FÉ - Doria: viagens ao exterior e sinais aos evangélicos
FÉ - Doria: viagens ao exterior e sinais aos evangélicos (./.)

Publicado em VEJA de 1º de janeiro de 2020, edição nº 2667

 

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