Witzel diz contar com Bolsonaro para reerguer estado do Rio
Primeira medida será rever a Lei de Recuperação Fiscal com o presidente eleito, diz novo governador; ele quer aproveitar 'legado' da intervenção do Exército
A mais surpreendente eleição estadual das últimas décadas no Rio de Janeiro elegeu com 59,66% o ex-juiz federal Wilson Witzel do PSC (Partido Social Cristão). Novato na política, Wilson começa a vida pública no cargo de governador. Ao lado da mulher, do deputado estadual mais bem votado nesta eleição, o carioca Rodrigo Amorim, e do vice, Cláudio Castro, Witzel disse que reafirma o compromisso de reorganizar o Rio de Janeiro.
O governador eleito recebeu a ligação de parabéns do opositor na campanha, Eduardo Paes (DEM). “Os antagonismo das ideias precisam virar união”, disse Witzel, que também afirmou que há pontos comuns, como a segurança pública, com o ex-prefeito do Rio. Aliás, o tema da segurança foi o mais levantado pelo ex-juiz.
Ao ser questionado qual seria sua primeira medida no cargo, Witzel afirmou que irá rever a Lei de Recuperação Fiscal com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). “Quero um Secretario da Fazenda com a mesma disposição que eu”, disse. Sem nome ainda para o seu secretariado, ele disse que só vai revelar a equipe no final de novembro.
Witzel também afirmou que vai aproveitar o legado da intervenção do Exército no Estado: “Vou procurar o General Braga Neto e saber quais as principais diretrizes.” A criação de um conselho de segurança também foi mencionado pelo eleito.
Alinhado com Bolsonaro, Witzel diz contar com o apoio dele para garantir um Rio de Janeiro mais protagonista no cenário nacional e com mais incentivos estrangeiros.
Grande surpresa do primeiro turno, até o início das eleições Witzel figurava na pesquisa com porcentagens baixas, em torno de 1%. Ao longo da campanha, principalmente na última semana do primeiro turno, o ex-juiz federal viu sua candidatura deslanchar, chegando à liderança.