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Wassef diz que CPI da Pandemia é “circo armado” e tem motivação eleitoral

Advogado de Jair e Flávio Bolsonaro conta que, quando foi ao Senado, seu objetivo era acusar os parlamentares de fraude por cogitarem a quebra de seu sigilo

Por Daniel Pereira 3 jul 2021, 11h06

Na sexta-feira, 25, o advogado Frederick Wassef foi ao Senado com o objetivo de entrar sem autorização prévia na sala da CPI da Pandemia, que colhia os depoimentos do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e do irmão dele, o servidor Luis Ricardo Miranda, que denunciavam irregularidades no contrato de compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde. O plano de Wassef era ousado: acusar os senadores, diante das câmeras de TV, de armação e fraude pelo fato de cogitarem a quebra de seus sigilos bancário e fiscal. Contido pela segurança da Casa, ele não conseguiu. Na quarta-feira, 1 de julho, Wassef — que representa Jair, Flávio e Jair Renan Bolsonaro — concedeu uma entrevista a VEJA, cujos principais pontos estão a seguir:

Por que o senhor foi ao Senado no dia do depoimento dos irmãos Miranda? Desde o primeiro dia da instauração desta CPI, o meu nome vem permanentemente sendo usado de forma indevida e até criminosa. Senadores da esquerda, como Humberto Costa (PT-PE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), estão mirando em mim com objetivos políticos, para atingir o presidente e a família do presidente, a família Bolsonaro. Toda hora o meu nome está na CPI. A simples menção a meu nome numa investigação dessa natureza já causa um dano de valor intangível, irreversível, e destrói a minha imagem e a minha reputação.

O que o senhor pretendia fazer especificamente no Senado?  Naquele dia, o meu nome foi trazido à baila várias vezes durante o depoimento do deputado Luis Miranda e do irmão dele. Além disso, eu soube que havia um pedido de quebra dos meus sigilos bancário e fiscal de forma ilegal, irregular e leviana. Como eu sabia que era mais uma armação, mais uma fraude, para tentar por meio do uso indevido da máquina pública me incriminar, eu quis ir lá para me apresentar aos nobres senadores, conversar com eles e desafiá-los, ali na sessão da CPI ou publicamente, dizendo que é uma farsa mencionar meu nome.

Por que a eventual quebra de seu sigilo é ilegal? Porque nunca ouvi falar em Precisa ou em qualquer empresa que presta serviço ao governo, que forneça produtos ao governo, menos ainda no Ministério da Saúde. Não conheço nenhum desses personagens. Nunca tive envolvimento ou participação com quem quer que seja dessa pauta, de fornecimento de vacinas ou de qualquer outro tipo de produto. Então, eu ia entrar na CPI, me apresentar publicamente diante dos canais de televisão, me colocar à disposição dos senadores e mostrar o absurdo do que eles estavam fazendo comigo.

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O que deu errado em seu plano? Quando eu cheguei ao Senado, entrei por engano no banheiro feminino, porque a porta estava aberta e não dava para ver a plaquinha de identificação. Quando eu saí, me deparei com dezenas e dezenas de jornalistas e disse que meu nome estava sendo jogado de forma indevida para dentro da investigação. Que buscavam usar a CPI como via transversa para de forma ilegal quebrar o meu sigilo bancário e fiscal. Fui fazer uma denúncia como um brasileiro inocente que não aguenta mais ser perseguido de forma reiterada com o uso da máquina pública.

Quais as evidências dessa suposta perseguição? Abriram várias investigações no Tribunal de Contas da União (TCU) contra a minha pessoa, da mesma forma fraudulentas, e tudo foi arquivado por unanimidade de votos. No caso do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), apesar de todo o escândalo feito em torno de meu nome, três desembargadores federais, em decisão unânime, afirmaram que não existe e nunca existiu movimentação suspeita em minhas contas. Houve, sim, a quebra do meu sigilo e o vazamento criminoso para a imprensa. Trancaram todas as investigações contra mim e também foi proibida qualquer investigação contra mim baseada no ilegal relatório de inteligência financeira (RIF). Também determinaram à Polícia Federal (PF) que investigue o Coaf. Eu passei da condição de investigado à de vítima.

Na sua avaliação, por que o seu nome entrou na lista de alvos da CPI da Pandemia? O único objetivo por trás desta CPI é a campanha presidencial de 2022. A campanha já começou, e os parlamentares de esquerda se uniram aos de centro para atingir o presidente da República e a família Bolsonaro com mentiras, calúnias e todo o tipo de inverdades, fraudes e armação. Estão fazendo um circo armado com trabalho direcionado. Então, o alvo é o presidente, a família Bolsonaro e todos ao redor dela.

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