Wagner Pinheiro, presidente da Petros, comandará Correios
Com a escolha, a empresa sai da esfera de influência do PMDB para voltar às mãos do PT
Foi confirmado nesta quinta-feira mais um nome que ocupará um cargo importante de confiança no governo Dilma. De acordo com a assessoria de imprensa do ministério do Planejamento, Wagner Pinheiro, presidente do Fundo de Pensão da Petrobrás (Petros) há oito anos, assumirá o comando da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT). A informação foi confirmada também no site da Petros. Com o anúncio, a ECT, que apareceu em denúncias ao longo do ano, passa das mãos do PMDB para as do PT.
Wagner Pinheiro de Oliveira é economista, membro independente do Conselho de Administração da Brasil Ecodiesel, ligado ao PT de Campinas (SP) e fez parte da equipe de transição do governo Lula. O atual presidente, David José de Matos, assumiu o cargo em agosto com a tarefa de recuperar as contas e a logística dos Correios, que vinham apresentando problemas com a elaboração de concursos e licitações.
Matos foi escolhido para substituir Carlos Henrique Custódio, que havia sido indicado pelo ex-ministro das Comunicações Hélio Costa. Os cinco meses de gestão, no entanto, não foram suficientes para convencer os integrantes do novo governo a mantê-lo no cargo. A antiga amizade com a ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra, que deixou o cargo em setembro sob acusações de operar um esquema de tráfico de influência, pode ter pesado contra sua permanência.
Durante sua gestão, Matos foi acusado de fechar um contrato superfaturado no valor de 2,8 milhões de reais para favorecer uma empresa de carga aérea , dias antes da queda da ex-ministra. O ex-diretor de operações dos Correios, coronel Eduardo Artur Rodrigues, também foi acusado de envolvimento no esquema de lobby do filho de Erenice, Israel Guerra, publicado em VEJA.
Alterações – Paulo Bernardo, atual ministro do Planejamento e futuro titular da pasta das Comunicações, definiu o nome de Wagner Pinheiro e estabeleceu mudanças nos Correios. Com as novas medidas, o comando do Conselho de Administração do órgão, que passa a ser do ministério.
A pedido do novo ministro, quatro integrantes do Conselho foram exonerados nesta semana. Carlos Lindenberg Spínola Castro, Sônia Cristina da Silva, Luiz Carlos de Assis Bernardes e Fausto Bicalho Veloso haviam sido indicados por Hélio Costa.
(Com Agência Estado)