Volume de água do Sistema Cantareira cai para 16,9%
As chuvas da noite desta segunda-feira não amenizaram a situação
O nível dos reservatórios do Sistema Cantareira recuou novamente nesta terça-feira e agora está em 16,9% da sua capacidade. Na segunda-feira, o índice era de 17,1%. O volume de água armazenada tem caído diariamente e registrado sucessivos recordes negativos. As chuvas da noite desta segunda não amenizaram a situação.
O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou investimentos imediatos para o uso do “volume morto”- parcela de água represada utilizada somente em situações de emergência. Esse reservatório dispõe de cerca de 400 milhões de metros cúbicos de água e exigirá da Sabesp a construção de infraestrutura capaz de alcançar a água do fundo dos reservatórios e a compra de bombas flutuantes, que podem levar meses para entrar em funcionamento.
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Na avaliação de especialistas do setor, os custos da operação devem extrapolar a verba da concessionária prevista para o ano inteiro, mas compensariam os gastos com um eventual racionamento – Alckmin preferiu descartar o racionamento e recorrer ao “volume morto”, que, se utilizado, demoraria cerca de dez anos para reestabelecer os níveis normais dos reservatórios.
Desperdício – Apesar da Sabesp ter desperdiçado 32% da água distribuída em 2013, a empresa cobra uma tarifa mínima de 16,82 reais para quem consome até 10 metros cúbicos, mesmo se o consumo for menor. O volume de água que se perde no caminho entre as represas e o consumidor aumentou em 85,7 bilhões de litros. A quantidade é suficiente para abastecer uma cidade com mais de 1,1 milhão de habitantes, como Campinas. A meta, contudo, era reduzir esse índice para 30,6%, ante os 30,7% de 2011.
Segundo simulações realizadas pelo comitê anticrise – grupo responsável pela vigilância das reservas do sistema -, o volume útil do Sistema Cantareira se esgotaria no final de agosto deste ano.