Um dia antes da eleição para a liderança do PMDB, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), demonstrou total confiança na vitória de seu aliado, o deputado Hugo Motta (PB). Cunha é taxativo ao dizer que o adversário Leonardo Picciani (RJ) não vai ser reconduzido ao comando da bancada e se dispõe até a deixar o resultado gravado em um envelope lacrado para provar que acertaria o palpite. O peemedebista, que tem atuado para driblar o peso do Planalto na disputa e eleger Motta, afirma que uma eventual eleição do candidato fluminense não uniria a bancada e ainda significaria um resultado artificial, já que ele estaria inflando a quantidade de deputados no partido para angariar votos. O presidente da Câmara cita como exemplo o deputado Deley (PTB-RJ), que foi nomeado secretário de Esportes para abrir espaço para a posse de um suplente peemedebista, e também o esforço para que o ministro da Saúde, Marcelo Castro, deixe a pasta temporariamente para participar da votação. “Com esses mecanismos de tentar trazer [deputados] artificialmente, a própria vitória do Picciani é artificial, se por ventura a alcançar. Continuará o dissenso. Uma coisa é a bancada, em sua plenitude, se manifestar. Outra é a bancada artificialmente criada para produzir um resultado”, afirmou Cunha. A disputa está marcada para as 15 horas desta quarta. Apesar das declarações de Cunha, aliados de Picciani também se mostram otimistas e afirmam ter os votos suficientes garantidos. (Marcela Mattos, de Brasília)