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Vaccari recebeu R$ 15 mi em obras do Comperj, diz delator

Dono da UTC Engenharia disse que o consórcio também desembolsou R$ 42 milhões ao lobista Julio Camargo e R$ 2 milhões ao ex-gerente Pedro Barusco

Por Laryssa Borges, de Brasília, e Felipe Frazão
15 set 2015, 19h40

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que hoje virou réu em mais uma ação penal na Operação Lava Jato, recebeu 15 milhões de reais em propina em parte das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). As revelações foram feitas pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, em acordo de delação premiada.

Para as obras da Central de Atividades do Comperj, o consórcio TCU, formado pelas empresas Toyo, UTC e Odebrecht, Pessoa disse ter desembolsado 42 milhões de reais ao lobista Julio Camargo, 2 milhões de reais ao ex-gerente Pedro Barusco, pouco menos que 5 milhões de reais ao sucessor de Barusco na Petrobras, o também ex-gerente Roberto Gonçalves, e 15 milhões de reais ao então tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Das autoridades apontadas pelo delator, Gonçalves é o único que ainda não é investigado ou réu na Lava Jato, embora o nome dele já tenha sido citado por outros colaboradores da justiça, como o próprio Barusco.

Neste consórcio, como era praxe entre as empreiteiras do clube do bilhão, as companhias dividiam entre si qual delas pagaria que fatia do dinheiro sujo usualmente cobrado no esquema do petrolão. Coube à UTC neste caso pagar a propina devida ao PT. Para dar ares de veracidade ao repasse do dinheiro sujo, foi acertado que seriam feitas doações eleitorais fracionadas até o montante de 15 milhões de reais. Tudo acertado com o chefe das finanças petistas na época João Vaccari Neto.

Em outra obra, a da refinaria de Araucária (Repar), a UTC, que estava consorciada com a Odebrecht e a OAS, ficou incumbida de pagar propina tanto ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa quanto ao PP, partido que dava sustentação política ao então dirigente. Neste empreendimento, entre 2008 e 2009, foram pagos 10 milhões de reais em dinheiro vivo retirados do caixa dois da empreiteira e lavados em três companhias do empresário Adir Assad, ele próprio um dos investigados na Operação Lava Jato.

Ricardo Pessoa disse que também entregou à Justiça uma série de notas fiscais e cópias de contratos assinados pela UTC com empresas de Adir Assad, entre elas a Rockstar e a SM Terraplanagem, além do escritório de advocacia de Roberto Trombeta. Segundo chefe do Clube do Bilhão, essas três empresas eram usadas por ele para obter dinheiro em espécie destinado ao pagamento de propinas a diretores da Petrobras e políticos. Pessoa afirmou ao Ministério Público que nunca usou outra fonte de dinheiro vivo destinado a caixa dois. Ele firmava contratos superfaturados (com a Rockstar e Trombeta) ou fictícios (no caso da SM) e realizava pagamentos às empresas prestadoras. Elas então, após descontar uma taxa e os impostos, devolviam a Ricardo Pessoa o saldo do superfaturamento ou o valor integral dos contratos falsos para que ele pudesse entregar o dinheiro em espécie ao esquema de Alberto Youssef, doleiro responsável por levar a propina aos destinatários.

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