PF vai investigar mensagem em tom de ameaça a Rosa Weber
Texto fala em protestos pelo voto impresso caso Bolsonaro não seja eleito: "Experimente deixar que isso aconteça"
O ministro Raul Jugmann (Segurança Pública) afirmou que a Polícia Federal vai investigar, a pedido do Tribunal Superior Eleitoral, a responsabilidade de uma mensagem enviada à corte, direcionada à sua presidente, ministra Rosa Weber, em tom de ameaça.
Recebida por meio de uma rede social do TSE, o texto fala que o presidenciável do Jair Bolsonaro, do PSL, está “matematicamente eleito”, e que “se as urnas forem fraudadas”, a população irá para as ruas até que haja uma nova eleição com voto impresso. “Experimente deixar que isso aconteça”, diz parte da mensagem. Para Jungmann, a mensagem “obviamente representa um crime”.
A história foi revelada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta terça-feira. A reportagem apurou que a PF foi avisada na segunda-feira sobre a mensagem, e que um ofício para o órgão já foi elaborado para que a origem e o autor da mensagem sejam identificados, e seja feita uma apuração em torno da ameaça. “Espero que a senhora fique de olho”, diz outro trecho do texto.
Questionamentos sobre a lisura do processo eleitoral têm sido um tópico frequente nestas eleições, com dúvidas lançadas por um dos concorrentes. Na disputa pela Presidência da República, Bolsonaro já chegou a dizer que não aceitava resultado das eleições diferente de sua vitória. Mais recentemente, na sexta-feira 12, o candidato voltou a falar do assunto e disse que a suspeição vale somente na votação para presidente. Bolsonaro disputa o segundo turno das eleições presidenciais com Fernando Haddad, do PT.
“O que eu sei é que ontem, na reunião que tivemos com o diretor-geral da PF (Rogério Galloro) e também do secretário nacional da Segurança Pública, Brigadeiro Fiorentini, é que ela (Rosa) fez essa queixa informalmente, e que iria formalizar, e que a Polícia Federal imediatamente ia apurar para chegar aos responsáveis por essa ameaça, que obviamente representa um delito, um crime, e tem de ser identificado quem o fez para ser legalmente punido”, afirmou Jungmann na tarde desta terça-feira, após assinar um termo do Ministério da Segurança Pública junto ao TSE relativo à atuação dos mesários no segundo turno das eleições. “A resposta vai ser dada, a Polícia Federal vai investigar, e nós vamos trazer para vocês um resultado”, completou o ministro.