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‘Todas as empresas pagavam propina’, diz delator

Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Corrêa, reafirma que empreiteiras reservavam valores destinados a diretores da Petrobras apadrinhados politicamente

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 set 2015, 14h00

O ex-presidente da construtora Camargo Corrêa, Dalton Avancini, voltou a afirmar nesta terça-feira ao juiz Sergio Moro que “todas” as grandes empresas pagavam propina para obter contratos com a Petrobras. O dinheiro, disse, chegava às mãos de diretores apadrinhados politicamente. “Era uma regra e todo mundo pagava, estava embutido no custo. A gente contingenciava um valor que seria pago”, declarou.

Avancini é um dos delatores da Operação Lava Jato e foi responsável por detalhar, por exemplo, que o esquema de corrupção na Petrobras foi replicado também no setor elétrico. Informações de pagamento de dinheiro sujo nas obras da usina nuclear de Angra 3 levaram à prisão o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva. “Os outros diretores comentavam que as outras empresas pagavam [propina]. O próprio Alberto Youssef comentava que as outras pagavam. Era um lugar comum”, resumiu o delator.

Segundo ele, em caso de não pagamento, as diretorias da Petrobras organizavam um “processo evidentemente protelatório” para pressionar que as propinas em atraso fossem quitadas. Segundo o Ministério Público, as propinas eram repassadas aos ex-diretores Paulo Roberto Costa e Renato Duque e ao PP e PT, partidos políticos que apadrinhavam os dois dirigentes. “Nós éramos informados que era um apoio político e que aquilo tinha um destino para aquele apoio político. Em todos os contratos tinha esse compromisso e nos aditivos também”, disse Avancini.

“As reuniões [para discutir propina] era periódicas e se davam em função da necessidade de quais licitações estavam existindo. [Ocorriam] Sempre que havia necessidade de ajuste dentro do grupo. As reuniões ocorriam em geral na sede das empresas. O mais comum era na sede da UTC, mas houve também na sede da Andrade [Gutierrez] e a da OAS”, explicou o delator ao prestar depoimento nesta terça-feira. Dalton Avancini foi testemunha de acusação na ação penal que têm como réus executivos da construtora Andrade Gutierrez. Em nome da empreiteira, disse, o representante e negociador do cartel era Elton Negrão.

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