Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Testemunhas falam a Moro e complicam André Vargas

Donos de produtoras confirmaram pagamento do bônus de volume a empresas do político por orientação do publicitário Ricardo Hoffmann, o que reforça tese de propina

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 jul 2015, 13h47

Publicitários, produtores e cineastas do mercado publicitário prestaram depoimento nesta quarta-feira ao juiz federal Sergio Moro, em Curitiba, e reforçaram a tese do Ministério Público de que o ex-deputado petista André Vargas recebia dinheiro de bônus de volume de agências publicitárias por meio das empresas fantasmas LSI e Limiar. As duas empresas eram ligadas a Vargas, mas os investigadores afirmam que as firmas serviam de fachada para lavagem de dinheiro. A Operação Lava Jato detectou um esquema de repasse de dinheiro realizado pela agência de publicidade Borghi/Lowe, contratada pelo Ministério da Saúde, pela Caixa Econômica Federal e pela Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Segundo a Polícia Federal, a agência repassava 10% dos ganhos a título de bônus de volume a empresas de Vargas e seu irmão, Leon, sem haver qualquer prestação de serviço que justificasse os pagamentos.

Lobista detalha à Lava Jato pagamento de propina para Dirceu

Na prática, em vez de pagar o bônus à agência principal, prática comum no mercado da publicidade, as produtoras subcontratadas pela Borghi/Lowe para gravar filmes publicitários e spots de rádio para órgãos públicos – e que de fato prestavam serviços – pagaram para as duas empresas de Vargas e seu irmão.

A publicitária Silvia Neves Sivieri, diretora comercial da produtora Sagaz, por exemplo, confirmou ter feito pagamentos de bônus de volume para a Limiar e a LSI sem saber que as empresas não eram vinculadas à Borghi/Lowe. “O bônus de volume deveria voltar para a Borghi/Lowe, mas eu tinha uma relação de tanta confiança que nunca me ative que isso não era uma nota legal ou que não era uma nota lícita. Eu achei que essa nota era uma nota deles”, disse a testemunha. De acordo com ela, o publicitário Ricardo Hoffmann, apontado pelos investigadores como parceiro de André Vargas no esquema de pagamento de propina e lavagem de dinheiro, orientou que os pagamentos dos bônus de volume fossem feitos para a Limiar e para a LSI.

Continua após a publicidade

O cineasta Hugo Prata Filho, dono da Zulu Filmes, também afirmou no depoimento à Justiça ter pago os bônus de volume de contratos publicitários, por orientação de Ricardo Hoffmann, às empresas de André Vargas, sem, contudo, saber que a Limiar e a LSI não eram vinculadas à Borghi/Lowe. “Em uma reunião que fizemos com os advogados, o senhor Ricardo Hoffmann falou que fazia isso porque o senhor André Vargas pedia isso para ele. Ele não negou [o pedido] e repassou para a gente. Ele foi bastante vago e não disse [porque André Vargas havia pedido os repasses]”, relatou. “Quando recebi a notificação, para a minha surpresa, a gente descobriu que não era uma empresa do grupo Lowe. A gente pagava para essa empresa LSI o bônus de volume”, completou o dono de uma produtora de som E-noise Rodrigo Pereira Prado, também contratada pela Borghi.

Nesta quarta-feira, em um dos processos a que o ex-deputado André Vargas responde na Operação Lava Jato, seis testemunhas foram ouvidas pelo juiz Moro, incluindo dois funcionários das empresas do político. Além dos publicitários, que confirmaram repasses para as empresas fantasmas, Rodrigo Kasuo Yoshitani e Alessandra Gonçalves Sasaki disseram terem sido contratados pela empresa LSI, a convite do irmão de André Vargas,para serviços administrativos, mas nunca viram nenhum cliente ou qualquer outro funcionário da empresa.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.