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Temer pretende criar três superministérios: economia, infraestrutura e social

Um dos objetivos do atual vice-presidente é enxugar o tamanho da Esplanada e impulsionar a retomada do crescimento e da estabilidade política

Por Da Redação
19 abr 2016, 08h48

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), definiu três eixos principais para a formação de seu eventual governo: economia, infraestrutura e área social. A partir desse tripé, ele pretende criar três superministérios para enxugar o tamanho da Esplanada e impulsionar uma gestão de transição que tenha como prioridades a retomada do crescimento e a estabilidade política.

O vice avalia que precisa dar uma resposta convincente ao país de que está comprometido com a recuperação política e econômica. Ele também acha que a formação de um Ministério reconhecidamente técnico e respeitável seria a melhor forma de aliviar as pressões sobre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela cassação da chapa que o elegeu junto com a presidente Dilma Rousseff, em 2014.

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Somente depois dessas definições o restante do governo seria definitivamente formado, caso Dilma seja afastada pelo Senado. Essas três áreas trabalhariam sustentadas politicamente pelo núcleo mais próximo de Temer no PMDB e encarregado das relações com o Congresso, formado pelos ex-ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, ambos do partido do vice.

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O senador, ex-governador, ex-prefeito e ex-ministro José Serra (PSDB-SP) é cotado para comandar esse futuro ministério da infraestrutura, mas também é lembrado para a Fazenda. No modelo estudado pela equipe do vice, a nova pasta poderia abrigar até o Ministério das Comunicações.

O tucano José Serra também poderia ocupar a Saúde, pasta que comandou no governo Fernando Henrique Cardoso, e o Itamaraty. Esta última alternativa agrada a Serra pessoalmente, mas esbarra nas pretensões políticas dele de ser candidato em 2018. Caso Serra assuma o controle da infraestrutura, o médico David Uip, secretário da Saúde de São Paulo, poderia ser chamado a contribuir com o governo federal, na cota de indicações do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Temer quer definir uma agenda econômica, algo que ele ainda não tem, para entregá-la a um ministro da Fazenda com forte influência sobre o Banco Central e o Planejamento. A ideia é buscar coesão na política econômica. O economista e ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga ainda continua como um nome forte, mas, por ser ligado ao PSDB, gostaria de levar com ele, se aceitar o convite, outros nomes do partido, o que encontra resistência por parte do vice. Henrique Meirelles, outro ex-presidente do Banco Central, continua com chances, porém não agrada à totalidade do empresariado com quem o vice tem conversado.

No últimos dias, Temer decidiu eleger a área social como prioridade numa resposta às acusações que sofreu do PT e do Palácio do Planalto de que planeja acabar com o Bolsa Família e outros programas. Ele pretende fazer uma reformulação do setor, mas que não elimine políticas públicas, apenas as concentre sob um mesmo guarda-chuva. Até esta segunda-feira, o vice não tinha um nome para comandar essa área e gostaria de encontrá-lo na sociedade civil, para reforçar o conceito de um “Ministério de notáveis”.

O vice-presidente quer confiar ao DEM, partido com participação importante no processo de impeachment de Dilma, o Ministério de Minas e Energia, atualmente com o PMDB. José Carlos Aleluia é o nome preferido até agora.

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Embora não faça parte dos três eixos definidos por Temer, o Ministério da Justiça integra a lista de prioridades porque tem o controle da Polícia Federal e, portanto, uma interface com a Operação Lava Jato. O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim é o preferido de Temer, mas já advogou para empreiteiras investigadas pela operação. Ayres Brito, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, também é sempre lembrado.

Setor produtivo e empresarial – Depois de dedicar os últimos dias para negociar em Brasília com deputados votos pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff, o vice Michel Temer vai passar esta semana em São Paulo, para ampliar contatos com agentes do setor produtivo e empresarial para conseguir um programa com base consensual. Na lista de interlocutores estão entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.

Na relação com o empresariado, o vice também deve contar com ajuda do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que é filiado ao PMDB e foi candidato a governador de São Paulo pelo partido em 2014. O dirigente deverá ser, no entanto, um empecilho para qualquer proposta de aumento de tributos. Em 2015, a Fiesp liderou um campanha contra o recriação da CPMF.

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(Com Estadão Conteúdo)

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