Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

TCU mantém acordo de leniência da Odebrecht com a União

Decisão rejeita pedido do setor técnico do tribunal de contas, segundo o qual Advogacia-Geral da União e Controladoria sonegaram informações

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 11 jul 2018, 21h16 - Publicado em 11 jul 2018, 19h26

O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nesta quarta-feira, 11, manter o acordo de leniência firmado entre a Odebrecht e a União. Em votação com quórum reduzido, cinco ministros rejeitaram, por unanimidade, o pedido feito pela equipe técnica do órgão na última segunda-feira, horas após o anúncio da assinatura do acordo pela Advocacia-Geral da União (AGU) e a Controladoria-Geral da União (CGU), no valor de 2,72 bilhões de reais.

A alegação dos auditores da secretaria que acompanha acordos de leniência é a de que houve sonegação de informações por parte da CGU e da AGU. Os órgãos haviam assumido, por escrito, o compromisso de enviar os documentos à análise prévia do TCU antes de concretizarem o acordo. A unidade técnica queria a suspensão do acordo até a análise no tribunal de contas.

O ministro relator na sessão, Marcos Bemquerer, que substituiu o relator original, Bruno Dantas, disse que, como o acordo já foi assinado, houve perda de objeto em relação ao pedido. “É mais proveitoso dar prosseguimento normal ao processo e usar as informações que constam do acordo para agilizar e melhorar nossas apurações nos processos no TCU”, opinou.

Bemquerer afirmou também que não era o momento de analisar as questões relacionadas ao possível descumprimento do compromisso firmado pela CGU e pela AGU. Ele entende que “o assunto precisa ser melhor examinado, em um contexto de maior clareza sobre eventuais danos que isso possa ter causado”.

A ministra da AGU, Grace Mendonça, esteve no TCU na terça-feira, 10, e enviou o acordo de colaboração ao tribunal, após ter se reunido com ministros da corte de contas para defender o acordo. Marcos Bemquerer disse que Grace explicou que o envio não foi feito antes da assinatura do acordo porque havia necessidade de urgência pela AGU. “Eles disseram à Corte que não foi um ato voluntário deixar de enviar essa documentação”, declarou Bemquerer.

Continua após a publicidade

O ministro José Múcio disse que acompanhava o relator “em um voto incômodo”. “Mas essa noite, que não foi das mais bem dormidas, eu fiquei imaginando as manchetes que poderíamos ler nos jornais de hoje e não queria nunca que o TCU fosse acusado de atrapalhar a volta aos cofres públicos de R$ 2,7 bilhões. O TCU cumpriu seu papel e pelo envio do processo para cá vai continuar a cumprir seu papel. TCU, CGU, MPF todos têm um mesmo papel na sociedade”, afirmou Múcio.

Apesar da menção ao valor do acordo, a Odebrecht não precisará desembolsar nada além do que já havia se comprometido quando assinou, em dezembro de 2016, um acordo de leniência com o Ministério Público Federal do Paraná. Os valores serão pagos em parcelas anuais ao longo de 22 anos, com a correção pela taxa Selic, devendo sair, ao final, na faixa de 6,8 bilhões de reais. O acordo é o primeiro firmado pela União com uma grande empreiteira investigada na Operação Lava Jato.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.