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Tabata diz que política não pode ser ‘dogmática’ e fala em ‘perseguição’

Em artigo, deputada que é alvo de críticas por ter votado pela reforma da Previdência afirma que falta 'democracia interna' nos partidos

Por Redação
Atualizado em 14 jul 2019, 19h43 - Publicado em 14 jul 2019, 19h34

Alvo de críticas entre a esquerda e do próprio partido, o PDT, por ter votado a favor da reforma da Previdência, a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) afirmou neste domingo, 14, por meio de artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, que a “boa política não pode ser dogmática” e que sofre perseguição política por sua posição.

“Não estamos falando de dois ou três parlamentares, mas de praticamente um terço das bancadas de duas relevantes siglas que ocupam posição mais ao centro no espectro da esquerda. A expressividade dessa dissidência acendeu ao menos a luz amarela nas estruturas?”, escreveu a deputada paulista a respeito dos oito parlamentes do PDT e dos onze do PSB que votaram favoravelmente à reforma. Os partidos haviam fechado questão contra o texto, isto é, indicaram que haveria punição aos deputados que votassem contra a orientação de voto. 

Uma das mais notórias deputadas da bancada do PDT – por sua idade (25 anos), trajetória de vida e embates com o Ministério da Educação do governo Bolsonaro – Tabata foi criticada tanto por Carlos Lupi, presidente do partido, quanto por Ciro Gomes, candidato à Presidência pela sigla em 2018. A comissão de ética do PDT vai instaurar um processo que pode levar à expulsão da deputada e dos outros parlamentares que votaram pelas mudanças nas aposentadorias propostas pelo governo Bolsonaro.

No artigo na Folha, Tabata observa que, enquanto cresce o número de deputados “com visão modernizante” nos partidos,  “as siglas ainda ostentam estruturas antigas de comando, e na maioria faz falta mais democracia interna”.

“Muitas vezes, consensos sobre pautas complexas não são construídos de baixo para cima, e cartilhas antigas se sobrepõem aos estudos e evidências. Quando algum membro decide tomar uma decisão que considere responsável e fiel ao que acredita ser importante para o país, há perseguição política. Ofensas, ataques à honra e outras tentativas de ferir a imagem tomam lugar do diálogo. Exatamente o que vivo agora”, diz a parlamentar paulista. 

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Tabata Amaral afirma também que discordâncias são “normais” e, por vezes, levam à liberação dos deputados das bancadas a votarem como preferirem. Ela pondera, contudo, que “a boa política não pode ser dogmática” e que a “rebeldia” apontada pelas lideranças de seu partido atingiu um terço das bancadas do PDT e do PSB. ” Encaro esse debate como de fato a única tentativa da centro-esquerda de se renovar, mas os partidos estão virando as costas para essa realidade. É mais fácil lidar no plano da insubordinação. A construção de novas mentalidades não é processo fácil e exige coragem”, escreveu.

“A ampla renovação política que está em curso e da qual faço parte agrava o quadro de conflitos internos dos partidos. É racional que as lideranças recorram a argumentos de ocasião para justificá-los. Mais racional contudo é pensarmos no Brasil”, concluiu Tabata.

Após as críticas de pedetistas à deputada e a indicação de que um processo disciplinar será aberto contra ela na sigla, partidos como PSDB, por meio de declarações do governador de São Paulo, João Doria, e Cidadania passaram a sondar Tabata por uma possível filiação. Parlamentares que sejam expulsos de suas legendas não perdem o mandato e podem ingressar em outra agremiação.

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