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Suspeito de ameaçar presidente da CPI das Fake News é identificado

Homem foi localizado em Minas Gerais e admitiu ter enviado mensagens contra o senador Angelo Coronel (PSD-BA)

Por Leonardo Lellis Atualizado em 19 set 2019, 10h05 - Publicado em 19 set 2019, 09h48

A Polícia Legislativa identificou o autor de ameaças contra o senador Angelo Coronel (PSD-BA), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito das Fake News, que apura, entre outras coisas, o uso de notícias e perfis falsos para influenciar o resultado das últimas eleições. 

O suspeito foi localizado em Belo Horizonte, onde prestou depoimento. De acordo com a assessoria do parlamentar, o homem declarou ser um piloto civil e que está desempregado desde junho. O investigado admitiu ter enviado mensagens de seu e-mail pessoal e que criou outros quatro endereços diferentes. Ele também prometeu se retratar.

Após assumir a presidência da CPI, Coronel passou a receber, em seu e-mail funcional, mensagens anônimas que diziam que ele não sabia com quem estava “mexendo” e que prometiam “encher sua boca de chumbo”. Em pronunciamento no Plenário, o senador contou que o suspeito foi identificado a partir do IP do equipamento de onde partiram os ataques.

“Que sirva de lição para mostrar que quem usa o anonimato das redes sociais achando que não serão descobertos estão com os dias contados e que sirva de exemplo para que nenhum parlamentar, nenhum brasileiro sofra ameaças via perfis falsos”, declarou. “Insatisfação política não justifica ofender, injuriar e, muito menos, ameaçar alguém”, acrescentou.

A comissão foi criada com o objetivo de investigar a disseminação de notícias falsas nas eleições presidenciais do ano passado. A proposta foi gerida pelo Centrão e contou com a articulação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), dois dos principais alvos de ataques virtuais de redes bolsonaristas. A proliferação de notícias falsas também é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal, que apura ameaças contra ministros da corte.

A CPI é mista e reúne 15 senadores e 15 deputados titulares e igual número de suplentes. A comissão terá 180 dias para investigar a criação de perfis falsos para influenciar as eleições do ano passado e os ataques cibernéticos contra a democracia e o debate público. Também será alvo da mesma CPI a prática de ciberbullying contra autoridades e cidadãos vulneráveis e o aliciamento de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio.

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