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Suplente de Donadon, ex-ministro Amir Lando toma posse

Algoz de Fernando Collor na época do impeachment, Amir Lando assumirá o mandato de deputado no lugar do presidiário Natan Donadon

Por Gabriel Castro e Marcela Mattos, de Brasília
29 ago 2013, 16h06

O ex-senador Amir Lando (PMDB-RO) tomou posse nesta quinta-feira na Câmara dos Deputados no posto que era de Natan Donadon (RO). O suplente assumiu devido ao afastamento do parlamentar presidiário, que escapou da cassação, mas acabou suspenso por uma decisão unilateral da presidência da Câmara. “Eu vou lutar por Rondônia, pelo país e pelas mudanças que o povo quer”, disse Lando, que prometeu apoiar o fim do voto secreto em processos de cassação.

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), convocou Lando a tomar posse ainda na quarta-feira, logo após o fim da votação sobre o mandato de Natan Donadon. Dado o ineditismo dos acontecimentos, Alves optou por manter Donadon fora do exercício do mandato, sob o argumento de que alguém preso em regime fechado não tem condições de atuar como parlamentar. A decisão, entretanto, deve ser questionada pela defesa do deputado-detento.

Perfil – Logo após a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ter aprovado o parecer pelo pedido de cassação do deputado federal Natan Donadon (RO), neste mês, o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), recebeu um telefonema: “Eu estou voltando. Assumo na próxima semana”, anunciou, do outro lado da linha, Amir Lando, ex-senador e ex-ministro da Previdência.

Gaúcho de 69 anos, Lando retorna ao Congresso após ter vivido os extremos da política: ganhou prestígio nacional ao ter decretado o impeachment de Fernando Collor de Melo na Comissão ParIamentar de Inquérito (CPI), mas caiu no ostracismo após ter uma atuação pífia passada a euforia do episódio.

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Até então um parlamentar inexpressivo, Amir Lando, que chegou ao Senado como suplente do senador Olavo Pires, ganhou projeção quando assumiu a relatoria da CPI contra Collor. O senador de Rondônia elaborou um relatório de 369 páginas no qual apontou envolvimento do ex-presidente no esquema de corrupção organizado pelo tesoureiro Paulo César Farias e sugeriu que ele fosse responsabilizado pelos crimes de estelionato, corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e formação de quadrilha. Com a atenção do país voltada para o caso, a leitura do parecer foi transmitida ao vivo pela televisão.

Estrela cadente – Nas eleições de 1994, apesar do prestígio meteórico conquistado no caso Collor, Lando foi derrotado nas urnas. No pleito seguinte, recuperou o cargo no Senado, onde ficou até 2006. Antes, porém, afastou-se do cargo em 2004 para assumir o Ministério da Previdência.

Em sua última cartada para voltar à cena, encabeçou as investigações de duas CPIs. Resultado: ambas terminaram sem punições aos acusados. Lando foi presidente da CPI do Mensalão, criada para tentar dividir os holofotes com a CPI dos Correios. A comissão, entretanto, foi encerrada sem sequer apresentar um relatório final. Na CPI dos Sanguessugas, caso que apurou o esquema de desvio de dinheiro na compra de ambulâncias para prefeituras, Lando incriminou 72 parlamentares em seu parecer, mas nenhum chegou a ser preso.

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Na última eleição, o desprestígio ficou evidente: para o cargo de deputado federal, o candidato de Rondônia angariou apenas 8.500 votos. Mas, por causa do bom desempenho de sua coligação na disputa, o cargo de suplente foi conquistado.

Lando deixou o Congresso em 2007 e passou a dedicar-se aos seus escritórios de advocacia. Mas, desde então, jamais escondeu a vontade de retornar à política. Acompanhou de perto o processo contra Donadon na Suprema Corte e, mesmo após confirmada a condenação, criticou a demora da Justiça na aplicação da pena de 13 anos de prisão imposta ao condenado.

A boa relação com ministros do STF, no entanto, não lhe garantiu um caminho curto para assumir o lugar de Donadon. Dentro da Corte, o processo foi retirado de pauta e se arrastou por quase três anos.

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