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Sucessor de Barusco na Petrobras é preso na nova fase da Lava Jato

Roberto Gonçalves foi citado por delatores como um dos executivos que embolsava dinheiro de propina em contratos da estatal. Também foi preso o operador financeiro Nelson Martins Ribeiro

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 nov 2015, 10h52

O ex-gerente da área internacional e ex-gerente-executivo de Engenharia da Petrobras Roberto Gonçalves foi preso na manhã desta segunda-feira em Niterói (RJ), suspeito de ter embolsado propina em contratos da estatal. Ele foi sucessor de Pedro Barusco, que fechou acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato, no setor de Engenharia da petroleira. Gonçalves já havia sido citado em depoimentos de colaboração premiada como um dos executivos que atuavam em contratos fraudados e que recebiam dinheiro sujo de empreiteiras, principalmente em negociações envolvendo navios-sondas e obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Em acordo de delação premiada, o dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, revelou que, para as obras da Central de Atividades do Comperj, o consórcio formado pelas empresas Toyo, UTC e Odebrecht, desembolsou 42 milhões de reais ao lobista Julio Camargo, 2 milhões de reais ao ex-gerente Pedro Barusco, pouco menos que 5 milhões de reais ao sucessor de Barusco na Petrobras, o também ex-gerente Roberto Gonçalves, e 15 milhões de reais ao então tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Das autoridades apontadas pelo delator, Gonçalves é o único que ainda não era investigado ou réu na Lava Jato, embora o nome dele já tivesse sido citado por outros colaboradores da Justiça, como o próprio Barusco.

Em depoimento, Barusco, que concordou em devolver 97 milhões de dólares, detalhou o modus operandi da partilha de propina na petroleira e disse que uma parcela dos recursos era destinada à “Casa 1”, ou “o diretor de Serviços Renato Duque e Roberto Gonçalves, o qual substituiu o declarante na gerência executiva da área de Engenharia”.

A Polícia Federal deu início na manhã desta segunda-feira à 20ª fase da Operação Lava Jato e cumpriu dois mandados de prisão temporária, cinco de condução coercitiva e onze mandados de busca e apreensão. O foco desta fase das investigações sobre o escândalo do petrolão são ex-funcionários da Petrobras que embolsaram propina em contratos da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e na refinaria de Pasadena, no Texas. Além de Roberto Gonçalves, foi preso no Rio de Janeiro o operador financeiro Nelson Martins Ribeiro.

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Na ofensiva para apurar irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, a Polícia Federal cumpriu mandados de condução coercitiva contra César de Souza Tavares, ligado à área internacional, Rafael Mauro Comino, ex-gerente de Inteligência da Área Internacional, Luís Carlos Moreira da Silva, ex-gerente executivo da Área Internacional e principal consultor do caso Pasadena, além dos ex-executivos Aurélio Oliveira Teles e Carlos Roberto Martins Barbosa.

O ex-gerente-geral de Implementação de Empreendimentos para a Refinaria Abreu e Lima Glauco Legati, que chegou a ser convocado mais de uma vez para prestar esclarecimentos à CPI da Petrobras, na Câmara dos Deputados, vai prestar depoimento aos policiais. Legati deixou o posto na refinaria Abreu e Lima após investigações terem apontado o envolvimento de funcionários em irregularidades em empreendimentos nas áreas de Engenharia e Abastecimento. Apontada como um dos maiores focos de corrupção e fraudes entre as obras que envolvem a Petrobras, a refinaria teve superfaturamento de 613 milhões de reais, segundo levantamento parcial do Ministério Público Federal.

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