STF nega pedido de Palocci para anular delações da Lava Jato
Defesa baseava-se em contradições nos depoimentos de Alberto Youssef, Fernando Baiano e Paulo Roberto Costa para pedir anulação das colaborações
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou nesta terça-feira pedido do ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci para anular os benefícios das delações premiadas do lobista Fernando Baiano e do doleiro Alberto Youssef, delatores do escândalo do petrolão. A defesa de Palocci alegava que contradições nos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, de Baiano e de Alberto Youssef deveriam levar à anulação das colaborações.
Em acordo de delação premiada, Paulo Roberto Costa afirmou que, em 2010, o doleiro Alberto Youssef intermediou, em nome de Palocci, propina de 2 milhões de reais para a campanha de Dilma Rousseff à presidência da República. Por esta versão, os valores deveriam ser retirados da propina de 2% cobrada pelo Partido Progressista (PP) em contratos com a Petrobras.
Fernando Baiano, também em colaboração com a Justiça, citou a participação do ex-ministro Antonio Palocci no esquema de arrecadação de propina para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010 e afirmou que o ex-assessor Charles Capella foi apontado pelo próprio petista como a pessoa a ser procurada para organizar a logística de pagamento de dinheiro sujo para o cofre eleitoral.
Segundo o lobista, o acordo para repassar o dinheiro – ao todo 2 milhões de reais – foi fechado no comitê eleitoral em Brasília depois de uma reunião entre ele, o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o ex-ministro Palocci. Coordenador-geral da campanha, o ex-ministro recomendou que acertassem a logística do repasse do dinheiro com “o Dr. Charles”, seu assessor no comitê, conforme revelou reportagem de VEJA. Alberto Youssef, porém, contesta que ele tenha feito o pagamento e diz não reconhecer Charles Capella.