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Silvio Pereira recebeu mais de R$ 1 milhão de suspeitos na Lava Jato

Segundo a força-tarefa, ex-secretário do PT recebeu 508.000 reais de empreiteiras investigadas no escândalo da Petrobras

Por Da Redação 1 abr 2016, 16h05

Responsável direto pelo loteamento de 32.000 cargos comissionados no início do governo Lula, o ex-secretário do PT Silvio Pereira, preso nesta sexta-feira na 27ª fase da Operação Lava Jato, recebeu pelo menos 508.000 reais da UTC e da OAS, duas das empreiteiras envolvidos no escândalo do petrolão, por meio da empresa dele, a DNP Eventos Ltda. Ao todo, foram contabilizados repasses suspeitos de cerca de 1,6 milhão de reais do PT, de fornecedores da Petrobras ou de operadores investigados no esquema de corrupção da petroleira. Segundo os investigadores, “é provável que tais pagamentos se refiram à ‘mesada’ que o PT destinou a Silvio Pereira por intermédio de desvios em contratos que a UTC e a OAS mantinham com a Petrobras”.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, Silvinho Pereira foi identificado como um dos destinatários da propina recolhida pelo PT no escândalo da Petrobras e apontado como alvo de uma mesada para que permanecesse em silêncio e não revelasse detalhes de outro esquema de corrupção gestado pelo partido, o mensalão. O Ministério Público também atribuiu ao ex-secretário petista o papel de ser o “contato direto com os empresários que mantinham contratos com a Petrobras para angariar propina para o Partido dos Trabalhadores”. “As evidências colhidas até o presente momento comprovaram que Silvio José Pereira recebeu relevantes recursos do Partido dos Trabalhadores e por empresas envolvidas na Operação Lava Jato, ao que tudo indica, sem nenhuma prestação de serviços que justificasse os repasses que somam aproximadamente R$ 1,6 milhão, sendo certo que esses recursos, ao menos em parte, foram provenientes de desvios da Petrobras”, diz o MP.

Além dos pouco mais de 500.000 reais repassados pelas empreiteiras, a empresa Central de Eventos e Produções Ltda, também do petista, mantinha relacionamentos financeiros com outras empresas investigadas na Operação Lava Jato. Recebeu, por exemplo, pouco mais de 400.000 reais entre 2007 e 2009 de Julio Cesar dos Santos e da TGS Consultoria, ligadas ao ex-ministro José Dirceu, e da SP Terraplenagem, relacionada ao operador de propinas Adir Assad. A Central de Eventos teve Julio Cesar como sócio e também embolsou recursos provenientes de campanhas eleitorais do PT.

A DNP Eventos também apresentou recebimentos das empresas Projetec e Treviso, dos delatores da Lava Jato Augusto Mendonça e Julio Camargo, e embolsou aproximadamente 250.000 reais de serviços supostamente prestados nas campanhas de candidatos do PT na eleição municipal de 2012. Para os investigadores, porém, “é provável que tais pagamentos se refiram à ‘mesada’ que o PT destinou a Silvio Pereira por intermédio de desvios em contratos que a UTC e a OAS mantinham com a Petrobras” em um “cenário de prática habitual de crimes e de total descaso com a Justiça”.

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“As evidências colhidas até o presente momento comprovaram que Silvio José Pereira recebeu relevantes recursos do Partido dos Trabalhadores e por empresas envolvidas na Operação Lava Jato, ao que tudo indica, sem nenhuma prestação de serviços que justificasse os repasses que somam aproximadamente R$ 1,6 milhão, sendo certo que esses recursos, ao menos em parte, foram provenientes de desvios da Petrobras”, conclui o MP.

Em acordo de delação premiada, o lobista e operador de propinas do PT Fernando Moura disse que os petistas consideravam “aceitável” receber dinheiro por meios ilícitos para financiar a legenda. Aos procuradores do Ministério Público, Moura detalhou a atuação dele em parceria com o ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, responsável pelo loteamento de cargos no início do primeiro mandato do ex-presidente Lula.

Apenas no ano de 2005, depois de passar dois anos recolhendo recursos para serem repassados ao PT, os negócios obscuros do lobista Fernando Moura perderam força. Segundo o delator, ele foi aconselhado pelo próprio José Dirceu, naquela época enfrentando processo de cassação na Câmara dos Deputados, a deixar o país para não levantar suspeitas. Moura relata que, com o mensalão, recebeu um “cala-boca” de empresas que tinham contato com o governo federal, enquanto Silvio Pereira, também investigado na época como mensaleiro, teria recebido a mesma mensagem da UTC e da OAS para não revelar o modus operandi instalado na Petrobras.

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