Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Sérgio Cabral: “Isso é uma guerra. E, como em toda guerra, você tem que reconquistar territórios”

Por Rafael Lemos, do Rio de Janeiro
23 nov 2010, 20h19

No momento em que criminosos afrontam a polícia do Rio, o governador Sérgio Cabral dá uma demonstração pública de confiança no secretário José Mariano Beltrame, idealizador da política de segurança do estado e criador da Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). São essas ocupações permanentes de favelas o principal incômodo dos bandidos, segundo Cabral, devido às perdas de território e de faturamento para as quadrilhas.

Apesar do canal direto que tem com o presidente Lula e com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, Cabral deixou a cargo de Beltrame a decisão sobre qualquer pedido de reforços ao governo federal. O governador visitou, na tarde desta terça-feira, a Soccerex, evento de futebol e negócios realizado no Forte de Copacabana, na zona sul da cidade, e falou com exclusividade ao site de VEJA.

O presidente Lula ofereceu auxílio da Força Nacional de Segurança para conter a onda de ataques no Rio. Do que depende a vinda desses reforços?

A Força Nacional tem um número de efetivo que não é grande. Ela foi muito útil no Pan e, em seguida, na ocupação do Complexo do Alemão. Pela natureza do que nós estamos fazendo hoje no Rio de Janeiro, a história mudou. Hoje, temos as UPPs – uma série de comunidades que já não servem mais de abrigo e de esconderijo para marginais, nem para atividades ilícitas. Em qualquer atividade ilícita nessas comunidades, a reação é a mesma que se dá no asfalto. O que eu falei hoje com o presidente pelo telefone, e com o ministro (da Justiça), duas vezes, foi exatamente sobre onde o governo federal pode nos ajudar nesse momento. Fui muito bem atendido e já houve pronta reposta.

Como, então, o governo federal vai ajudar?

O que precisamos é de um aumento de efetivo da Polícia Rodoviária Federal, porque o Rio tem estradas federais que ficam muito dentro da cidade, na região metropolitana. É o caso da BR-040 e da Via Dutra. Então, o que houve, nessa madrugada, na BR-040, é uma característica dessa proximidade com locais onde, infelizmente, os marginais ainda dominam fisicamente. Isso é uma guerra. E, como em toda guerra, você tem reconquistar de territórios. O que nós estamos fazendo é reconquistar territórios. Estamos todos aqui e, Copacabana. Fui até a varanda tomar um refrigerante e tem uma comunidade aqui na frente. Antigamente, naquela comunidade havia armas e um poderio bélico de frente para esse evento aqui. Hoje, não mais. Tem uma população pacata, trabalhadora, ordeira e com segurança pública.

É hora do processo de pacificação entrar numa segunda fase, de prender traficantes?

Na verdade, a pacificação é a grande retomada. Com a recuperação dessas comunidades, você tem um ou outro marginal que foge. Mas não é determinante para isso que estamos enfrentando, não. Grande parte do efetivo do poder paralelo fica na comunidade, vai tocar a vida. Um ou outro ainda tenta viver do ilícito, morando numa comunidade pacificada.

O senhor acredita que sejam bandidos sem expressão atuando por ordem dos chefões?

Não sei avaliar tecnicamente. Mas, evidentemente, é uma reação mais organizada, de descontentamento. Eles talvez fossem céticos em relação ao que vem acontecendo, não acreditavam que seria para valer. E é para valer – como eu disse antes, disse na campanha e estou dizendo agora. É para valer. Nós vamos continuar. No dia 30, vamos dar posse à UPP do Morro dos Macacos (zona norte) e, imediatamente, vamos para o Maciço do Lins – Morro do Quieto, São João e Morro do 18 (complexo de favelas na zona norte).

Está descartada, então, a vinda da Força Nacional?

Quem determina é o secretário de Segurança (José Mariano Beltrame). Se ele achar que é necessário, a Força está à disposição. Ele acha que não é necessário. Eu confio nele e na equipe, que estão fazendo um trabalho maravilhoso.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.